quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A corda sempre arrebenta do lado mais fraco



Responsabilidade Docente

Inicialmente, sem educação não há futuro. Quem disse não existe educação? Depende do conceito empregado e principalmente da intencionalidade política e ideológica desta educação. Sem professor não há educação. Pois bem, ser professor não é uma vocação divina surreal, exige esforço, estudo, coragem, sempre! Assim se deriva, sem qualificação não há professor. E sem querer ser negativista, mas critico, vamos analisar também quais são os espaços de formação continuada, que lugares são esses? Quem fornece essa formação? Quem são as pessoas que “preparam” outras pessoas para “ensinarem/educarem” crianças, adolescentes e adultos.
Ser Professor indica uma série de responsabilidade que se inicia na formação, desde a preocupação com a filosofia, sociologia, economia, história, cultura, psicologia, política, artes, linguística, e etc. sobre conhecer seu país, quais as estruturas determinantes e qual papel estas impulsionam para a educação. Além disso, tem a preocupação em sala de aula, você lida com pessoas, com sujeitos em desenvolvimento que te demonstram a todo instante vontade de aprender de conhecer de viver, e se o Professor tem disponível o material para realizar essa tarefa, não se preocupe que ele juntará a sua capacidade e a todo o ensinamento construtivista que ele ouviu durante anos na universidade. Material escolar, e também o salário que lhe confere diante de tal responsabilidade. Afinal, o médico, o advogado, o engenheiro, e etc. passa sim pelas mãos do Professor, da Escola, do Gestor, da Merendeira, Supervisora, Psicólogo, Vigia, estão todos lá, são todos sujeitos que influencia e participam da educação. Educação não se restringe ao espaço da sala de aula.
Mas, se a responsabilidade essencial é do Professor, me diga Quem conduz a educação nacional? Quais as políticas que norteiam a educação? Qual sua intencionalidade? Quem investe na educação? E aí, quanto investe? Para que? Tem certeza que esse investimento ta sendo feito de maneira correta? Quantas vezes esse responsável ai por mandar o investimento visitou a escola? Será que houve desvio?
Acredita-se que o Brasil é o país do futuro, onde tudo se pode acontecer. Realmente, se não for levado sempre na camaradagem do “jeitinho brasileiro”. Tem que investir na formação? SIM, Tem que melhorar o salário? SIM, Tem que auxiliar a escola? SIM, tem muitas coisas a serem feitas, além de apenas avaliar a educação e tentar elevar níveis conforme dados de outros países. O Brasil é um país singular, e deve ser considerado conforme suas peculiaridades. É necessária uma educação que não padronize os sujeitos. Confuso se até mesmo as diretrizes nacionais são padronizações.
Sempre existirão perguntas de como melhorar a educação. Porém o caminho não é culpar o Professor, ele não é o único responsável pela educação, ou qualidade do ensino. As diretrizes, os Referenciais, os modelos de educação poucas vezes passa por suas mãos, poucas vezes os conhecem. O problema da educação brasileira é séria e realmente sem cuidado não evoluirá. Para isso precisa mudar as práticas negativas herdadas de coronelismo, influencia, nepotismo, que aflige todo o cenário brasileiro, inclusive a Educação, então pensá-la como um problema isolado tratável a doses homeopáticas não é o caminho. Muito menos responsabilizar apenas o Professor.





Postado por:
Pâmella Tamires Avelino de Sousa
Graduanda de Licenciatura em Pedagogia - UFCG
Bolsista do Programa de Educação Tutorial - PET

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O mal-estar docente: condição de trabalho e saúde entre professores

Todas as informações a seguir foram retiradas do blog de  (um sociólogo, pesquisador e professor da Universidade Estadual da Paraíba). (http://mamuteamarelo.blogspot.com/2011/04/o-mal-estar-docente-condicao-de.html)

 

Resenha produzida a partir de ZARAGOZA, José Manuel Esteve. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. Bauru, SP: EDUSC, 1999.

O mal-estar é um dos traços característicos da profissão docente na contemporaneidade. Ele é produto das dificuldades ou impossibilidades do professor em lidar com as problemáticas que estão presentes no cotidiano de seu trabalho. O que chamamos de mal-estar docente reflete, então, os sentimentos de angústia, desconforto e impotência do professor, resultantes da tensão gerada pela necessidade de ele intervir em situações que se colocam no cotidiano de sua prática, e as reais possibilidades dessa intervenção. O termo mal-estar é uma expressão empregada para descrever os efeitos permanentes de caráter negativo que afetam a personalidade do professor como resultado das condições psicológicas e sociais em que se exerce a docência. Podemos dizer que um conjunto de fatores de ordem social e psicológica, presentes nas situações em que se exerce a docência, está produzindo o que podemos chamar de "ciclo degenerativo da eficácia docente". O mal-estar que acomete os professores pode se manifestar na forma de desinteresse pelo trabalho, apatia e desmotivação ou mesmo em alguns sintomas psicossomáticos como a fobia, a angústia e a síndrome de pânico. Os fatores ou indicadores da presença do mal-estar do educador podem ser classificados em dois tipos:

1. Os fatores primários: aqueles que incidem diretamente sobre a ação do professor em sala de aula, gerando tensões associadas a sentimentos e emoções negativas. Entre eles podemos sitar os recursos materiais e as condições de trabalho docente, a violência nas instituições escolares e a acumulação de exigências sobre o professor.

2. Os fatores secundários: referente ás condições ambientais, ao contexto em que se exerce a docência. Entre estes fatores podemos elencar a transferência de atividades sociais da comunidade e da família para os professores, a crise no sistema de valores (que valores transmitir ou questionar/), os múltiplos papeis exigidos dos professores, a falta de reconhecimento social, a modificação no status do professor com o rebaixamento salarial, o avanço do conhecimento e a necessidade de formação continuada, entre outros fatores. 

As consequências do mal-estar docente são inúmeras e afetam diretamente a eficácia profissional do docente e a sua saúde. Entre as consequências mais visiveis estão o absenteísmo, uma forma de buscar um alívio que permita ao professor escapar momentaneamente das tensões acumuladas em seus trabalho, e, em casos mais extremos, o abandono do magístério. O absenteísmo, por exemplo, aparece mais frequentemente nas licenças médicas, nas falta ao trabalho e nos pedidos de transferência. A saúde física e mental dos professores também é afetada por causa das tensões e contradições acumuladas na profissão. Os principais sintomas de deterioração da saúde mental são o esgotamento, o cansaço  mental, a ansiedade e o estresse, a depressão e as neuroses reativas. Quanto à deteriorização da saúde física aparecem principalmente os problemas na voz e de garganta, os problemas digestivos, cardiovasculares e os problemas oftalmológicos e dermatológicos. 

Deixo para os leitores a sujestão de alguns artigos que discutem a temática do mal-estar entre os professores. O primeiro se chama "Doença e exaustão emocional", escrito por Eduardo J. F. B dos Reis, Tânia Maria de Araújo e outros, pesquisa feita com professores da rede municipal de Vitória da Conquista-BA. O segundo artigo, entitulado "Sintomas de Stress em Professores Brasileiros", escrito por Maria das Graças Teles Martins discute os sintomas físicos e psicológicos de stress encontrados em professores das primeiras séries do ensino fundamental em escolas públicas estaduais de uma cidade brasileira.
1. Doença e exaustão emocional - Resumo: um estudo epidemiológico transversal com todos os 808 professores da Rede Municipal de Ensino de Vitória da Conquista, Bahia, encontrou elevadas prevalências de queixas de cansaço mental (70,1%) e de nervosismo (49,2%). Diversos fatores de risco associaram-se a cansaço mental e a nervosismo: idade ≥ 27 anos, ser mulher, ter filhos, escolaridade média, lecionar ≥ 5 anos, vínculo de trabalho estável, trabalho em zona urbana, carga horária semanal ≥ 35h, renda ≥ 360 reais, sobrecarga doméstica média/alta, não ter atividades de lazer, alta demanda no trabalho e baixo suporte social. A classificação do trabalho docente, segundo o Modelo Demanda-Controle de Karasek, revelou os quadrantes “baixa exigência” (40,3%) e “trabalho ativo” (39,7%), ambos com alto controle das atividades por parte dos professores. Professores em trabalho de “alta exigência” e “trabalho ativo” apresentaram prevalências de cansaço mental e denervosismo mais elevadas que aqueles de “baixa exigência”.

Clique aqui para baixar o texto:
http://www.scielo.br/pdf/es/v27n94/a12v27n94.pdf

2. Sintomas de Stress em Professores Brasileiros - Resumo: o presente artigo pretende refletir e destacar os principais sintomas físicos e psicológicos de stress encontrados em professores das primeiras séries do ensino fundamental em escolas públicas estaduais de uma cidade brasileira. Exercer a atividade docente implica, para o professor, ter uma ocupação que exige certo grau de habilidade, preparo e conhecimento atualizado, ao mesmo tempo em que este profissional necessita praticar ações que desenvolvam as habilidades cognitivas, afetivas e sociais. A análise dos resultados obtidos indica que os sintomas de stress estão presentes na maioria dos professores, prevalecendo o stress na fase de resistência. A sintomatologia predominante foram os sintomas psicológicos, na qual se apresentam como mais significativos: a irritabilidade excessiva, pensar constantemente em um só assunto e sensibilidade emotiva excessiva. Na área física, os sintomas mais presentes foram: cansaço constante, sensação de desgaste físico constante e problemas com a memória.

Postado por:
Meryglaucia Silva Azevedo
Graduanda do 7° Período em Pedagogia-UFCG
Bolsista do Programa de Educação Tutorial-PET

Baixe o artigo aqui:

Deixo também algumas referências bibliográficas sobre o tema. Você pode consultar http://www.estantevirtual.com.br/ e ver o que o portal dispõe sobre mal-estar, trabalho docente e saúde de professores.

JESUS, Saul Neves de. Professor sem stress: realização e bem-estar docente. Porto Alegre: Mediação, 2007.
MARCHESI, Álvaro. O bem estar dos professores: competências, emoções e valores. Porto Alegre: Artmed, 2008.
SILVA, Paulo Sérgio. Saúde mental do professor. São Paulo: Expressão & Arte Editora: Edifieo, 2006
ULRICH, Elizabeth; KUBO, Olga Mitsue. Estresse e trabalho docente: um estudo das percepções de professores universitários sobre suas relações profissionais e estresse. União da Vitória: Uniuv, 2008.
ZARAGOZA, José Manuel Esteve. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. Bauru, SP: EDUSC, 1999.
PASCHOALINO, Jussara B.de Q. O professor desencantado: matizes do trabalho docente. Belo Horizonte: Armazém de idéias, 2009.

Os professores sob pressão

Em 2011, 700 professores se licenciaram na rede pública de Vitória por problemas psiquiátricos(Flávia Bernardes, especial para o UOL em Vitória )

Depressão, transtornos de ansiedade, transtornos bipolares e o estresse são as doenças responsáveis por mais de 50% dos afastamentos dos professores da rede municipal pública de Vitória, no Espírito Santo, segundo o Sindiupes (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo). Segundo o levantamento do sindicato, foram concedidas 700 licenças médicas por problemas psiquiátricos até agosto de 2011, sendo 356 por depressão, 187 por transtornos de ansiedade, 41 por transtornos bipolares e 72 por estresse. No total, a rede possui cerca de 4.000 docentes.
Na avaliação do diretor  do Sindiupes, Rafael Ângelo Brizotto, o quadro é "grave". “Hoje os professores estão doentes devido à excessiva carga horária de trabalho, o grande número de alunos que prejudica a organização, o pouco tempo que há para se deslocar entre uma escola e outra, inclusive, que impede muitas vezes que o professor  almoce, o que consequentemente acarreta um caos na saúde do profissional”, disse Brizotto. Segundo o Sindiupes, os mais de 50% de educadores de Vitória afastados da rede municipal de educação deve-se também ao medo da violência sofrida muitas vezes por alunos de apenas 12 e 13 anos e aos baixos salários.
 Preocupante: Segundo a doutoranda e funcionária dos Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Educação de Vitória, Karla Veruska Azevedo, o número de licenças é, sem dúvida, preocupante. Segundo ela, no primeiro semestre deste ano, os licenciamentos ocorreram primeiramente nos casos que tratam de mães e esposas (problemas ligados a família e a saúde); em 2º por problemas respiratórios (sinusite, asma, bronquite); em 3º devido a recuperações cirúrgicas e em 4º devido as doenças chamadas da modernidade, como a depressão e o estresse.
“Entendemos que essa situação se estende ao externo também, ou seja, se constitui tanto dentro do trabalho como fora, na ligação com a família, a cidade, entre outros agentes”, disse Karla Azevedo. Neste sentido, além da medicina do trabalho que acompanha e discute o problema, foi formado pela prefeitura de Vitória um grupo de trabalho que atua integrado com as escolas e seus atores para identificar os problemas. Segundo ela, um seminário vem sendo organizado para unir as propostas neste sentido.
Entre as medidas em andamento, Karla Azevedo informou que há um trabalho específico para diminuir o número de alunos na sala de aula, que hoje chega a atingir 35 alunos por sala de aula.  Entretanto, o trabalho é gradativo,  já que é necessário estrutura para alocar os alunos removidos das salas em questão e reduzir a quantidade para 30 alunos por sala no máximo.
“O afastamento dos educadores também é uma preocupação nossa, afinal, a conseqüência deste problema é um buraco na educação”, ressaltou Karla Azevedo. Só em 2010, por exemplo, foram 7.587 licenças médicas concedidas a funcionários do magistério da rede municipal de Vitória. Em primeiro lugar na causa dos afastamentos estão problemas respiratórios, seguido por doenças músculo-esqueléticas (dores nas costas, artroses, dores lombares ou outras dores pelo corpo). Já os distúrbios psiquiátricos apareceram em terceiro lugar no ranking com 703 casos durante todo o ano de 2010 – número bem inferior aos 700 já registrados no primeiro semestre de 2011.
 
Postado por:
Meryglaucia Silva Azevedo
Graduanda do 7° Período em Pedagogia-UFCG
Bolsista do Programa de Educação Tutorial-PET

Fonte:

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

II EAP - Encontro Anual do PET-Pedagogia

   No dia 19 de dezembro de 2011, o grupo PET-Pedagogia da UFCG, realizou o II Encontro Anual do PET-Pedagogia-IIEAP, com a temática: Contribuições da formação no curso de Pedagogia e do grupo PET para o trabalho docente.
   Durante o evento houve ainda o lançamento do livro da primeira edição do COBESC-Colóquio Brasileiro Educação Contemporânea: Trabalho e Formação docente na Contemporaneidade, organizado pelas professoras Rossana Delmar Arcoverde e Melânia Mendonça Rodrigues, o qual reuniu as discussões das palestras e mesas ocorridas durante o mesmo.
   Na ocasião Contamos com a participação e contribuição das sempre PETianas, Danielle Gomes, Luzia dos Prazeres, Rafaela Silva, Raquel Nobre, Maria do Socorro santos Guedes, que relataram sua experiência no PET-Pedagogia, na formação acadêmica, e na atuação profissional. Afirmando que o grupo oferece a oportunidade de estudo em diversas áreas da atuação profissional do professor em relação a realidade educacional brasileira. As PETianas apresentaram suas experiências conjuntas e necessárias ao desempenho profissional e acadêmico.
   O Evento foi encerrado com um coquetel. Em nome do PET-Pedagogia, agradecemos a participação de todos que vieram prestigiar o nosso evento. Contamos com a colaboração de todos em nossas atividades no ano de 2012.







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Pâmella Tamires Avelino de Sousa
Graduanda em Pedagogia
Bolsista do Programa de Educação Tutorial

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Seminário Temático

O Grupo PET  realizou o Seminário Temático
"Registro da atuação do Movimento dos Atingidos por Barragens nos reassentamentos de Acauã: a alfabetização de jovens e adultos", ministrado pela professora Dr. Edileuza Custódio.Aqui disponibilizamos o resumo da tese, e logo mais, as fotos da apresentação.


RESUMO

O trabalho circunscreve-se na problemática da subescolarização da população excluída da educação no tempo regular, contribuindo para a produção do conhecimento sobre práticas educativas desenvolvidas na EJA. Focaliza a proposta pedagógica e a experiência com a alfabetização de jovens e adultos no contexto da mobilização de populações afetadas pela construção de barragens. Retrata a mobilização internacional, nacional e estadual contra a construção de grandes barragens e o surgimento do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), destacando seu projeto geral de educação e registrando a sua atuação na educação, particularmente na alfabetização de jovens e adultos. Teórico-metodologicamente, são consideradas duas categorias interligadas: a totalidade histórica, essencialmente teórica, e a prática na educação de jovens e adultos. Com base na totalidade, esboça uma explicação contextualizada da situação dos atingidos e, respeitando a segunda categoria, que faz parte da primeira, situa a alfabetização como um dos aspectos básicos do processo de formação do homem omnilateral. O estudo aborda o contexto amplo das barragens no mundo, situando os efeitos socioambientais decorrentes da construção de barragens no Brasil, na Região Nordeste e na Paraíba e sublinhando consequências da construção da Barragem de Acauã nos municípios paraibanos de Aroeiras, Itatuba e Natuba. Apresenta o contexto particular da população afetada por Acauã, resumindo uma visão panorâmica dos municípios paraibanos envolvidos e apreendendo as condições de realocação da população. Aprecia o projeto educativo e a proposta de alfabetização do MAB-Nacional, operacionalizada pelo MAB-Paraíba nos reassentamentos localizados no entorno de Acauã. Assevera que, para além das políticas públicas que incluem o financiamento, a viabilidade da resolução do problema do analfabetismo pode ser completada pela via de ações pedagógicas atreladas às especificidades e necessidades imediatas da população a que se destinam, respeitando ações conectadas por meio de um projeto de educação, amplo e contextualizado. Avalia o projeto de alfabetização de jovens e adultos desenvolvido no espaço delimitado pelo MAB-Paraíba, como exemplo de uma ação pedagógica contextualizada. Por fim, recomenda aos pesquisadores e educadores em geral, comprometidos com essa perspectiva de trabalho, que atentem à forma de articular as discussões e a participação, para que as expectativas e necessidades dessas comunidades sejam contempladas, em projetos pedagógicos e espaços fundados no debate, no diálogo e na reflexão coletiva.

Palavras-chave: Movimento dos Atingidos por Barragens. Barragem de Acauã. Educação de Jovens e Adultos. Alfabetização. Projeto Pedagógico.








quarta-feira, 9 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

CAMPANHA

"
Cid, doe seu SALÁRIO e GOVERNE por AMOR !
Hoje vou brincar de professor de matemática. Vou passar alguns problemas para vocês resolverem.

Problema nº1

Um professor trabalha 5 horas diárias, 5 salas com 40 alunos cada. Quantos alunos ele atenderá por dia?
Resposta: 200 alunos dia.

Se considerarmos 22 dias úteis. Quantos alunos ele atenderá por Mês?
Resposta: 4.400 alunos por mês.

Consideremos que nenhum aluno faltou (hahaha) e, que em cada um deles, resolveram pagar ao professor com o dinheiro da pipoca do lanche: 0,80 centavos, diárias. Quanto é a fatura do professor por dia?
R: 160,00 reais diários

Se considerarmos 22 dias úteis. Quanto é faturamento mensal do mesmo professor?
R: Final do mês ele terá a faturado R$ 3.520,00.

Problema nº2

O piso salarial é 1.187 reais, para o professor atender 4.400 alunos mensais. Quanto o professor fatura por cada atendimento?
Resposta: aproximadamente 0,27 mensais
(vixe valemos menos que o pacote de pipoca)... Continuando os exercícios...

Problema nº3

Um professor de padrão de vida simples, solteiro e numa cidade do interior, em atividade, tem as seguintes despesas mensais fixas e variáveis:
Sindicato: R$12,00reais
Aluguel: R$350,00reais ( pra não viver confortável)
Água/energia elétrica: R$100,00 reais (usando o mínimo)
Acesso à internet: R$60,00 reais
Telefone: R$30,00 reais (com restrições de ligações)
Instituto de previdência: R$150,00 reais
Cesta básica: R$500,00 reais
Transporte: sem dinheiro
Roupas: promocionais

Quanto um professor gasta em um mês?
Total das despesas: R$1202,00
Qual o saldo mensal de um professor?
Saldo mensal: R$1187,00 – 1202 = 15 REAIS, PASSANDO NECESSIDADES

Agora eu te pergunto:


Agora olhem a pérola que o Sr. Governador do Ceará disse:" Quem quiser dar aula faça isso por gosto, e não pelo salário.
Se quiser ganhar melhor, peça demissão e vá para o ensino privado "
Cid Gomes - Governador(_) do Ceará

O GOVERNADOR DEVE ABRIR MÃO DE SEU SALÁRIO E GOVERNAR POR AMOR???

















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Pâmella Tamires Avelino de Sousa
Graduanda em Licenciatura em Pedagogia - UFCG
Bolsista do Programa de Educação Tutorial - PET

A Autonomia da USP!

por Lincoln Secco, Livre Docente em História Contemporânea na USP

Não é comum ver livros como armas. Enquanto no dia 27 de outubro de 2011 a imprensa mostrou os alunos da FFLCH da USP como um bando de usuários de drogas em defesa de seus privilégios, nós outros assistimos jovens indignados, mochila nas costas e livros empunhados contra policiais atônitos, armados e sem identificação, num claro gesto de indisciplina perante a lei. Vários alunos gritavam: “Isto aqui é um livro!”.
Curioso que a geração das redes sociais virtuais apresente esta capacidade radical de usar novos e velhos meios para recusar a violação de nossos direitos. No momento em que o conhecimento mais é ameaçado, os livros velhos de papel, encadernados, carimbados pela nossa biblioteca são erguidos contra o arbítrio.
Os policiais que passaram o dia todo da ultima quinta feira revistando alunos na biblioteca e nos pátios, poderiam ter observado no prédio de História e Geografia vários cartazes gigantes dependurados. Eram palavras de ordem. Algumas vetustas. Outras “impossíveis”. Muitas indignadas. E várias poéticas… É assim uma universidade.
A violação da nossa autonomia tem sido justificada pela necessidade de segurança e a imagem da FFLCH manchada pela ação deliberada dos seus inimigos. A Unidade que mais atende os alunos da USP, dotada de cursos bem avaliados até pelos duvidosos critérios de produtividade atuais, é uma massa desordenada de concreto com salas superlotadas e realmente inseguras. Mas ainda assim é a nossa Faculdade!
É inaceitável que um espaço dedicado á reflexão, ao trabalho, à política, às artes e também à recreação de seus jovens estudantes seja ameaçado pela força policial. Uma Universidade tem o dever de levar sua análise crítica ao limite porque é a única que pode fazê-lo. Seus equívocos devem ser corrigidos por ela mesma. Se ela é incapaz disso, não é mais uma universidade.
A USP não está fora da cidade e do país que a sustenta. Precisa sim de um plano de segurança próprio como outras instituições têm. Afinal, ninguém ousaria dizer que os congressistas de Brasília têm privilégios por não serem abordados e revistados por Policiais. A USP conta com entidades estudantis, sindicatos e núcleos que estudam a intolerância, a violência e a própria polícia.
Ela deve ter autonomia sim. Quando Florestan Fernandes foi preso em 1964, ele escreveu uma carta ao Coronel que presidia seu inquérito policial militar explicando-lhe que a maior virtude do militar é a disciplina e a do intelectual é o espírito crítico… Que alguns militares ainda não o saibam, é compreensível. Que dirigentes universitários o ignorem, é desesperador.