quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Oficina temática- Avaliação na educação infantil: concepções e práticas


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Carta das professoras e professores da UAG/CH- UFCG

Carta das professoras e professores da Unidade Acadêmica de Geografia (UAG/CH) da UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG)

Nós, as professoras e professores de Geografia da Unidade Acadêmica de Geografia, da Universidade Federal de Campina Grande – campus Campina Grande, exercendo nosso pleno e legítimo direito de exercício crítico da realidade e manifestação política, vimos tornar pública nossa perplexidade e nos posicionarmos frente ao gravíssimo momento político pelo qual passa o Brasil.
Reconhecemos que há alguns anos o quadro político-econômico do país vem passando por uma complexa situação que tem nos requerido análise criteriosa. Cabe, porém, enfatizar que condutas irresponsáveis de grandes grupos midiáticos associadas aos interesses de grupos políticos e econômicos que, historicamente, têm ocupado e dominado as diversas esferas da República, ajudaram a provocar um profundo desarranjo da ordem jurídico-política com imprevisíveis consequências no tecido social. Dormentes no seio da sociedade como estavam, os discursos de ódio e repulsa às minorias sociais e populações mais vulneráveis passaram a grassar sem constrangimentos, provocando, assim, rupturas no tecido social, que foram potencializadas por uma retórica de menosprezo, quando não de destruição das instituições construídas pelo árduo labor de gerações que nos antecederam e protegidas pela constituição federal.
O presente momento tem sido marcado por ataques aos movimentos políticos de natureza popular, às instituições públicas e seus servidores, especialmente, aquelas vinculadas à assistências aos grupos mais pauperizados da sociedade. Neste sentido, a educação e a saúde públicas têm sido questionadas como deveres do Estado e já sofrem graves restrições, alterando de modo preocupante os espaços rurais e urbanos, pondo em risco aqueles que menos recursos pessoais têm para se protegerem da ausência quase total do Estado, além de comprometer de modo irreparável os processos que envolvem a reprodução da sociedade e seu espaço. Ao mesmo tempo, todas as conquistas na esfera ambiental (comemoradas em pequenas vitórias desde a Rio-92) estão em sério risco, uma vez que a ascensão de um grupo político, representado por este discurso de ódio e de suposta “mudança”, brada contra a proteção dos mananciais, dos ecossistemas, dos recursos minerais, do patrimônio genético presente na variedade dos biomas do território, além das explícitas declarações de repressão e desprezo aos povos indígenas e tradicionais que há centenas de anos manipulam, cuidam e preservam esses patrimônios de valor incalculável.
Finalmente, entre tantos urros de frases feitas absurdas que exaram preconceitos e ódios os mais variados, assusta-nos a virulência com que este discurso de “mudança” tem se prestado ao ataque da escolarização pública, em todos os níveis do ensino. A possibilidade da extinção da escola pública, a massificação do ensino à distância (reduzindo ou extinguindo o papel das professoras e professores) e a cobrança da mensalidades em universidades públicas, presentes nas propostas de um candidato em particular, têm provocado grande preocupação àqueles que dedicam a vida ao ensino crítico da realidade espacial, trabalho para o qual nós, professoras e professores de Geografia, dedicamos nossas vidas.
Por tudo que expomos, nós, profissionais do ensino de Geografia da Universidade Federal de Campina Grande – campus Campina Grande, tomados por espanto, repudiamos com veemência a multiplicação da violência resultante dos discursos de preconceito e ódio e tomamos, desde já, posição de resistência e enfrentamento à estes ataques ao nosso legítimo e necessário direito ao exercício da docência, à liberdade de expressão do pensamento, contra o crescente cerceamento às pesquisas em favor das espacialidades, mormente, às subalternizadas e em favor da gratuidade permanente e irrestrita do ensino público e a manutenção de sua qualidade.  Enfrentaremos o ódio com as armas que sempre nos muniram, a coragem do amor ao saber e a certeza de que ensinamos para construir sociedades mais justas e harmônicas com o planeta.

Campina Grande, 23 de outubro de 2018.

Carta da UAEd/ UFCG

Na assembleia extraordinária, ocorrida no dia 23/10/2018. os professores e servidores técnico-administrativos da Unidade Acadêmica de Educação presentes optaram por construir coletivamente uma carta acerca do cenário atual.
A referida carta encontra-se abaixo:


EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE E PELA DEMOCRACIA

“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate, a análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.”
Paulo Freire
Nós, professores e servidores técnico-administrativos da Unidade Acadêmica de Educação do Centro de Humanidades da UFCG, reconhecemos a gravidade do atual cenário político brasileiro, marcado pela ameaça à democracia e pela negação dos direitos humanos, da equidade e da liberdade de pensamento e expressão. Estamos conscientes dos perigos que nesse contexto se avizinham da universidade pública, implicando em sua iminente destruição, através da perda de sua autonomia, do fim da gratuidade e do tolhimento de uma produção acadêmico-científica crítica e reflexiva. Por isso, nos posicionamos, contundentemente, em defesa de um projeto político democrático, que assegure o direito inalienável à educação pública e gratuita para todos os níveis e modalidades, reafirmando a importância dos espaços formativos coletivos, nos quais sujeitos diversos possam se expressar, sem nenhum tipo de discriminação e censura.
Pelas lutas históricas e os direitos arduamente conquistados por meio delas, repudiamos qualquer retrocesso e/ou manifestação que coloque em risco essas conquistas. De forma veemente, somos contrários aos atos de violência contra a vida, à disseminação de ódio, à intolerância e ao cerceamento da palavra e do pensamento divergentes, que a sociedade brasileira presencia atualmente.
Por fim, persistimos na defesa da universidade pública, gratuita, inclusiva e de qualidade, patrimônio de toda a sociedade brasileira, reiterando a necessidade do avanço na direção de mais democracia, mais autonomia e mais participação.