Disponibilizamos para uso de pesquisa o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande-PB.
INTRODUÇÃO
O presente documento tem como função apresentar o
Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Campus
Campina Grande da UFCG, elaborado em conformidade com o disposto nas Resoluções
nº. 01/2006, do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação (CNE/CP), que
institui Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o Curso de Graduação em
Pedagogia, e nº. 26/2007, da Câmara Superior de Ensino da UFCG, que homologa o Regulamento do Ensino de Graduação
da Universidade Federal de Campina Grande.
Funcionando, desde 1979, com o propósito de formar
docentes para atuarem nos anos iniciais do Ensino Fundamental (antes, 1º grau),
este curso de Pedagogia amplia agora sua tarefa, dedicando-se também à formação
inicial de professores para a Educação Infantil, com base nas determinações
expressas na Resolução CNE/CP nº. 01/2006. Além disso, considerando ainda o
disposto nas DCN do Curso de Graduação em Pedagogia, o projeto repensa, entre
outros aspectos, a identidade do professor, o seu campo de atuação e o estágio
curricular supervisionado. Tais mudanças, por si sós, implicam reformulações
significativas na sua proposta atual, que são discutidas no decorrer deste
projeto.
Nesse sentido, a construção da proposta pedagógica
contou com a relevante contribuição de professores e alunos do curso de
Pedagogia, que buscaram conjuntamente refletir sobre aspectos essenciais para a
formação docente, em um longo processo de discussões.
A sistematização de tais discussões foi organizada da
seguinte maneira: 1) Apresentação do histórico e da situação atual do curso,
bem como dos argumentos que justificam sua reformulação; 2) Explicitação dos
norteamentos teóricos do projeto; 3) Definição dos objetivos do curso; 4)
Delineamento do perfil do egresso; 5) Explicitação do campo de atuação
profissional para os alunos egressos; 6) Apresentação da organização
curricular; 7) Apresentação das formas de acesso e do número de vagas; 8)
Discussão das condições de oferta do curso; 9) Proposta de avaliação do
processo ensino-aprendizagem, no âmbito do curso, e da implementação do projeto
pedagógico; 10) Referências; 11) Ementário; 12) Minuta de Resolução; 13)
Anexos.
Sendo assim, o Curso de Pedagogia ora proposto ratifica
o seu compromisso com a sociedade, reiterando sua intenção de formar docentes
que efetivamente contribuam para a qualidade do ensino público e democrático.
1.
HISTÓRICO DO CURSO E JUSTIFICATIVA PARA SUA REFORMULAÇÃO
Ao tempo em que amplia o espaço institucional das
Ciências Humanas e Sociais, na – então – UFPB[1], a
criação do Centro de Humanidades (CH), em 1979, busca articular a instituição
universitária com os movimentos sociais, repercutindo a conjuntura política
nacional.
Uma primeira expressão dessa busca é a conformação
assumida pelos cursos de graduação e de pós-graduação, cujo processo de criação
ocorre simultaneamente ao do Centro: em lugar do teoricismo meramente acadêmico
e bacharelesco, firmam-se sobre uma prática política e pedagógica, que busca
aproveitar o melhor aparato teórico e crítico da herança marxista, em um
diálogo vivo com as demandas, as necessidades e as experiências dos movimentos
sociais.
Nesse contexto, representando a concretização de um
esforço histórico voltado à educação da maioria da população, e pautado no
reconhecimento da necessidade de uma educação básica de qualidade, o curso de
Pedagogia, também criado em 1979, assume um caráter inovador, rompendo com o
tecnicismo expresso nas habilitações tradicionalmente oferecidas –
Administração Escolar, Supervisão Educacional, Orientação Educacional e
Inspeção Escolar – e intentando desenvolver uma práxis que articule as
dimensões do ensino e da extensão, referenciada na escola pública e em
organizações comunitárias.
Nessa perspectiva, e considerando o aprimoramento da
formação dos professores em efetivo exercício do magistério – leigos ou com
formação de nível médio (Curso Normal ou equivalentes) – como uma das mais
prementes transformações requeridas, naquele momento, pelo ensino de 1º grau, o
Curso forja sua identidade como espaço de formação de professores, oferecendo
as habilitações Magistério das Séries Iniciais do 1º Grau, Magistério das
Matérias Pedagógicas do 2º Grau[2] e
Educação de Excepcionais - Deficientes da Audiocomunicação, o que o torna um
dos pioneiros no Brasil.
Dessas habilitações, a primeira é estabelecida como
básica e obrigatória para todos os alunos, refletindo a prioridade, conferida
pelo curso, à formação de docentes para a atuação nas séries iniciais da
escolaridade obrigatória. Tal priorização expressa a definição da escola de 1°
grau como campo preferencial de atuação do Departamento de Educação e
Humanidades[3],
calcada no entendimento de esse nível ser a base "na qual se assentam
todas as aprendizagens posteriores".
Configurando-se, pois, como elemento central do curso,
a habilitação Magistério das Séries Iniciais, desde o início de sua
implementação, explicita contradições latentes no projeto inicial, como sejam:
- efetiva desarticulação dos momentos constituintes do
curso, concretizada pela coexistência da abordagem histórico-crítica, adotada
nas disciplinas da área de fundamentos (circunscritas aos dois primeiros
períodos), com um enfoque pedagogista, dominante nas disciplinas das áreas de
aprofundamento conceitual e das metodologias;
- progressiva restrição e rígido atrelamento da
estrutura do Curso a um determinado estágio de uma única corrente
teórico-metodológica, implicando a criação e permanência de disciplinas de
perfil muito específico e efêmero;
-
precária articulação de teoria e prática, agravada pela ênfase em um certo
ativismo, caracterizado pela ausência da pesquisa e outras atividades ligadas à
produção do conhecimento – ou mesmo, de registro do produzido;
-
frágil vínculo institucional com a extensão, desenvolvida como atividade
individual de alguns professores, com pequena inserção de alunos;
-
reduzido alcance do objetivo proclamado, evidenciando-se uma preparação mais
compatível com o exercício da docência na rede particular de ensino, em lugar
da escola pública, como almejado no projeto inicial.
Embora evidentes, tais contradições não se constituem
em objeto de análise, nem são buscadas formas para superá-las: a única
reformulação curricular, feita em 1984, restringe-se a ajustes na grade
disciplinar, atendendo às exigências do Conselho Federal de Educação, para
reconhecimento da habilitação Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º Grau.
Desse modo, a organização formal e os instrumentos normativos do Curso
encontram-se em franca obsolescência.
Dialeticamente, e favorecido por uma capacitação maior dos
professores, o novo vem se instaurando no cotidiano do curso, que assume uma
concepção mais científica, cujas manifestações mais relevantes são o
desenvolvimento de atividades de pesquisa, a participação em eventos
científicos e uma ampliação significativa de projetos de extensão, agregando
número menos restrito de alunos.
Em consonância com o incremento das atividades de
pesquisa e extensão, os últimos anos marcam o desenvolvimento, por iniciativas
individuais de professores, de um processo de reformulação nos conteúdos de
disciplinas, à revelia das suas ultrapassadas ementas, acarretando um
descompasso entre o formalmente estabelecido e o efetivamente praticado nos
diversos componentes curriculares da habilitação Magistério das Séries Iniciais
do 1º Grau.
Esse descompasso também constitui um traço marcante da
habilitação Educação dos Deficientes da Audiocomunicação, cujo currículo –
oficialmente, ainda em vigor – foi construído a partir de uma visão
clínico-terapêutica da educação de surdos, atualmente, superada pela
perspectiva sócio-antropológica.
Assim, a permanência da estrutura curricular original
levou, por um lado, a uma adaptação no conteúdo das disciplinas, desrespeitando
as ementas previstas e, por outro, à manutenção de alguns conteúdos, principalmente
os mais clínicos, impossíveis de adaptação, em detrimento de outros, como por
exemplo, estudos sobre a Libras e sobre o ensino da Língua Portuguesa como
segunda língua, próprios dessa nova forma de compreender a educação de surdos.
Para tal reconfiguração, fundamental papel foi
desempenhado pela forte ligação entre teoria e prática, instaurada desde os
primeiros momentos da habilitação, quando a necessidade de um campo de estágio
para as alunas da primeira turma levou à organização, de forma extremamente
precária, de duas turmas de alunos surdos, em salas de atividades dominicais,
emprestadas pela Igreja Batista Fundamentalista, salas que foram o embrião do
que é hoje a Escola Estadual de Audiocomunicação de Campina Grande.
Desde então, vem-se desenvolvendo na Escola a maioria
das atividades da habilitação, assim como projetos de pesquisa e de extensão,
razão por que a habilitação apresenta, como uma característica peculiar, a
forte articulação teoria e prática, referida anteriormente.
Em contrapartida, e ressentindo-se de incertezas
vivenciadas pelo Curso Normal ao longo da última década, a habilitação
Magistério das Matérias Pedagógicas do 2º Grau apresenta uma série de
dificuldades, que vão desde a sua oferta irregular até uma certa descontinuidade
na execução curricular, ocasionada pela carência de professores efetivos para
as disciplinas específicas, ministradas, nos últimos anos, por professores
substitutos. Em conseqüência, essa habilitação, à diferença das demais,
mantém-se inalterada – formal e objetivamente – desde sua criação, na primeira
metade da década de 1980.
Somando-se à atual conjuntura
interna, que aponta para a necessidade de reformulação deste curso de
Pedagogia, as reformas educacionais no Brasil nas últimas duas décadas, mais
especificamente a ampliação do Ensino Fundamental, vêm delineando a
constituição de uma nova identidade docente, o que exige repensar a formação
dos professores.
Nesse contexto, o docente, tomado
como figura central desse processo de mudanças na educação brasileira, tem
assumido a responsabilidade de inovar para construir a almejada escola pública,
democrática e de qualidade, o que vem demandando dele uma constante reflexão
sobre a adequação de sua prática às diferentes realidades e características
sociais, posto que assegurar a permanência de todos os alunos na escola implica
lidar com a diferença em um país que apresenta profundas desigualdades sociais.
Por outro lado, a ampliação das funções da escola,
para além da incorporação e transmissão de conhecimentos científicos e de
habilidades consideradas fundamentais pela sociedade, impõe aos professores a
tarefa de formar o aluno como sujeito social, o que significa um direcionamento
da prática pedagógica também à formação para a cidadania.
Em acréscimo, as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, instituídas pela Resolução
CNE/CP nº. 01/2006, exigem a elaboração de um novo projeto pedagógico, visando
à adequação às novas determinações ali expressas.
Diante de tal conjuntura, esta
proposta de reformulação reconhece a complexidade da formação docente inicial,
alinhando-se ao movimento que busca repensar o atual projeto de formação
docente no Brasil. Nesse sentido, insere a pesquisa, articulada ao ensino e à
extensão, como um princípio norteador da formação de professores, no intuito de
fomentar a reflexão sobre a prática pedagógica, transformando-a num campo
permanente de investigação.
Assim, analisando a trajetória do curso e refletindo
sobre o contexto educacional contemporâneo e sobre o papel de uma agência
formadora nele situada, o coletivo do curso constrói esta proposta,
considerando que sua efetiva e satisfatória implementação implica o
enfrentamento do desafio maior de, reconhecendo a contribuição de diversas
concepções teóricas, assegurar uma formação sólida e consistente, mantendo-se à
contracorrente da tendência de aligeiramento do curso de Pedagogia ou de sua
redução a mera agência de certificação profissional.
2. NORTEAMENTOS TEÓRICO-POLÍTICOS
Das proposições formuladas pelos
movimentos da sociedade civil organizada e de iniciativas[4] de
instituições de ensino superior, empreendidas nos anos de 1970 e 1980, a
formação de docentes para os anos iniciais de escolarização torna-se questão
estratégica e temática central nas políticas de educação instauradas na década
de 1990, manifestando-se nos níveis da legislação e das políticas curriculares.
No primeiro, que inclui a LDB e um conjunto de leis
complementares, são produzidas diretrizes curriculares para os diversos cursos
de graduação e de formação de docentes, que procuram reconfigurar o sistema
educacional e as unidades escolares, de modo a concretizar determinações de
organismos internacionais que passam a ditar os princípios orientadores do
projeto educativo então construído. No segundo nível, o das políticas
curriculares, são criados programas de diversas ordens, como o do livro
didático, dos Parâmetros Curriculares Nacionais, dos Parâmetros Curriculares em
Ação, dos programas voltados para a requalificação do contingente docente etc.
No âmbito dessas
redefinições, o Curso de Pedagogia é desconsiderado como locus de formação de docentes para a Educação Infantil e para as
Séries Iniciais do Ensino Fundamental, propondo-se a ocupação desse espaço
pelos Cursos Normais Superiores. A reação organizada de entidades e
instituições integrantes do movimento em defesa da educação e da democracia
brasileiras consegue reverter tal orientação, mediante o Decreto nº. 3.554/2000
e, mais definitivamente, a Resolução CNE/CP nº. 01/2006, pela qual são instituídas
as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.
Consubstanciando um novo
ordenamento jurídico, e implicando a formulação de novos projetos pedagógicos
para o curso, as DCN “[...] demarcam um novo tempo e apontam para novos debates
no campo da formação do profissional da educação no curso de pedagogia, na
perspectiva de se aprofundar e consolidar sempre mais as discussões e reflexões
em torno desse campo” (AGUIAR et al., 2006, p. 828-829).
Tal aprofundamento explicita
contradições, impasses e desafios impostos, pela dinâmica da educação
brasileira contemporânea, aos cursos de formação de professores para a educação
básica, sobretudo quando voltados aos interesses das camadas trabalhadoras.
Com efeito, as reformas
implementadas nos anos de 1990 ocasionam uma significativa expansão
quantitativa do Ensino Fundamental e uma ampliação de funções desempenhadas
pela escola pública, das quais decorrem reestruturações na gestão e organização
do trabalho escolar. Em conseqüência, o trabalho docente passa a compreender
uma mulltipicidade de papéis, nem sempre compatíveis com a formação do
professor e que contribuem para uma ressignificação da identidade docente e
para a desqualificação profissional.
No âmbito estrito do
trabalho pedagógico, a permanência do aluno na escola e a garantia da qualidade
impõem, aos professores, os desafios de “enfrentar a diferença e a desigualdade
social, trazendo para o centro das ações e dos debates as questões relativas a
valores, à ética, à cultura, entre outras” (ZAIDAN, 2003, p. 144).
Tais constatações indicam
elementos centrais para uma reflexão sobre a formação docente, como sejam:
a) a formação de docentes
para uma escola pública democrática implica o reconhecimento de alunos e
professores como sujeitos sócio-culturais, historicamente situados;
b) a formação docente deve
garantir, para além do domínio teórico-metodológico nas áreas de conteúdo
desenvolvidas nas etapas iniciais da escolarização, subsídios para o
enfrentamento de questões e dilemas postos pelas condições concretas de vida
das camadas trabalhadoras;
c) o processo de formação,
contrapondo-se à dimensão instrumental conferida ao conhecimento disciplinar na
escola básica, deve permitir a incorporação das múltiplas dimensões
compreendidas na construção desse conhecimento, notadamente “seus sentidos e
finalidades sócio-históricas”; e
d) a formação profissional
requer, necessariamente, “que o professor tenha consciência política de sua
condição docente como sujeito que forma e que se forma, que luta por sua
profissionalização” (ZAIDAN, 2003, p. 147).
Norteada por essas compreensões, e considerando as orientações do
movimento social dos educadores sistematizadas pela Associação Nacional pela
Formação dos Profissionais da Educação – ANFOPE, a concepção de docência, a ser
desenvolvida no curso de Pedagogia, funda-se nos princípios a seguir
explicitados.
1. Sólida formação acadêmico-científica –
apropriação de conhecimentos produzidos nas diversas ciências que permitem uma
compreensão mais ampla da complexidade do campo da educação, de modo a permitir
a análise crítica e a ação na realidade social/educacional.
2. Unidade teoria e prática – diálogo
permanente entre os conhecimentos acadêmico-científicos e os saberes
experienciais.
3. Compromisso social, ético e político do profissional da educação –
vinculação entre um projeto educativo e um projeto de sociedade, do que decorre
o comprometimento com a minimização das desigualdades sociais e dos processos
de discriminação em suas múltiplas dimensões: econômica, cultural, de gênero,
étnica, religiosa, geracional etc.
4. Trabalho coletivo e democratização dos
espaços educativos – adoção dos princípios da ética democrática, da
justiça, da responsabilidade, da participação, da dignidade, da solidariedade,
do respeito mútuo e do diálogo como norteadores da prática profissional.
5. Articulação entre formação inicial e
continuada – compreensão do caráter processual da formação, com base na
qual a articulação das atividades de ensino, pesquisa e extensão constitui-se
como instância de formação dos alunos, dos egressos e do corpo docente do
Curso.
6. Indissociabilidade ensino-pesquisa –
incorporação da pesquisa como princípio formativo e epistemológico, eixo da
organização e desenvolvimento do currículo.
Conforme se
entende, a adoção de tais princípios propicia um eixo norteador a todo o
processo formativo desenvolvido no curso, em torno do qual se podem articular,
coerentemente, as diversas matrizes teóricas que nele circulam, mantendo seus
elementos distintivos.
3. OBJETIVOS DO CURSO
Gerais
-
Constituir-se locus de construção
coletiva da formação de docentes para atuarem na Educação Infantil e nos anos
iniciais do Ensino Fundamental, em espaços nos quais se instaurem processos
pedagógicos sistematizados, junto às classes trabalhadoras, tendo como diretriz
o compromisso social, ético, político e técnico do profissional da educação.
-
Viabilizar discussões teórico-metodológicas que possibilitem uma reflexão
crítica e fundamentem ações nas políticas e nas práticas educativas relacionadas
à Educação Infantil e aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Específicos
-
Proporcionar diálogos entre saberes acadêmico-científicos e experienciais,
mediante atividades de ensino, pesquisa e extensão.
-
Contribuir para a compreensão do ato educativo como um processo intencional e
historicamente situado, consubstanciado em práticas educativas fundamentadas em
princípios democráticos e éticos, mediadas pelas diversas linguagens.
-
Propiciar conhecimentos teórico-práticos que permitam, ao egresso, a
implementação de práticas pedagógicas fundadas no trabalho coletivo e na
democratização dos espaços educativos institucionalizados.
4. PERFIL DO EGRESSO
A compreensão de que: 1) o
curso de Pedagogia engloba o campo teórico e investigativo da educação, do
ensino, da aprendizagem e do trabalho pedagógico realizados na práxis social;
2) a docência compreende as atividades pedagógicas inerentes a processos de
ensino e de aprendizagem, a gestão dos processos educativos, bem como a
produção e disseminação de conhecimentos da área da educação; e de que 3) o
professor é agente (re)educador das relações sociais e redimensionador das
funções pedagógicas, inclusive a gestão da escola, torna necessária uma
formação docente que abranja consistente discussão teórica e diversidade de
conhecimentos e práticas, com vistas à constituição do pedagogo como um
profissional que, entre outros aspectos, deverá:
a) atuar com ética e compromisso objetivando a
construção de uma sociedade justa, equânime e igualitária;
b) compreender, cuidar e educar crianças de zero a
cinco anos, contribuindo para o seu desenvolvimento físico, psicológico,
intelectual, social, entre outros;
c) ensinar língua portuguesa,
matemática, ciências, história, geografia, artes, educação física, de forma
interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano;
d) promover e facilitar relações de
cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade;
e) participar da gestão das
instituições, contribuindo para a elaboração, implementação, coordenação,
acompanhamento e avaliação do seu projeto pedagógico;
f) realizar pesquisas que
proporcionem conhecimentos, entre outros, sobre os alunos e a realidade
sociocultural em que se inserem; sobre processos de ensinar e de aprender; sobre
propostas curriculares e sobre a organização do trabalho educativo e das
práticas pedagógicas.
5. CAMPO DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL
O campo de atuação do formado em
Pedagogia abrangerá as seguintes dimensões:
- docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do
Ensino Fundamental;
- planejamento,
execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor
educacional;
- gestão educacional, incluindo o
planejamento, administração, coordenação, acompanhamento, avaliação de planos e
de projetos pedagógicos, bem como a análise, formulação, implementação,
acompanhamento e avaliação de políticas públicas e institucionais na área de
educação;
- produção e difusão do conhecimento
científico e tecnológico no campo educacional.
6. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Com
base na concepção de docência norteadora deste projeto e nos dispositivos
legais regulamentadores das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de
Pedagogia (Parecer CNE/CP nº. 5/2005 e Resolução CNE/CP nº 01/2006), a
organização curricular deste curso de Pedagogia funda-se nos princípios básicos
de:
a)
articulação teoria-prática, como uma dimensão constituinte de todos os
componentes curriculares;
b)
pesquisa, como um componente indispensável à formação científica do professor,
presente ao longo do curso;
c)
interdisciplinaridade, como uma perspectiva de abordagem globalizante e
integradora dos conhecimentos adquiridos ou produzidos no processo de formação;
d)
dinamicidade, como um elemento de vitalidade da proposta pedagógica e de atualização
da formação propiciada pelo curso.
Estruturado no
regime semestral e adotando o sistema de créditos, o curso compreende um total
de 3.240 horas, a serem integralizadas,
no mínimo, em oito e no máximo em onze períodos letivos, no turno manhã, e no
noturno, no mínimo em dez e no máximo em catorze períodos letivos, organizados
segundo a intenção de “proporcionar aos estudantes [...] experiências
cada vez mais complexas e abrangentes de construção de referências
teórico-metodológicas próprias da docência” (CNE/CES, 2005, p. 12). Por período
letivo, a
matrícula será permitida em, no mínimo, 20 (vinte) e, no máximo, 27 (vinte e
sete) créditos para o turno matutino, e em, no mínimo, 16 (dezesseis) e, no
máximo, 20 (vinte) créditos para o turno noturno, exceto nos períodos em que o
aluno cursará as disciplinas Estágio Supervisionado I, II e III, quando o
número máximo de créditos poderá ser 23, 26 e 27, respectivamente.
Respeitadas a
diversidade nacional e a autonomia pedagógica das instituições, inerentes à
atual configuração dos currículos dos cursos de graduação (Pareceres CNE/CES nº. 776/97; CNE/CES nº. 583/2001 e CNE/CES nº. 67/2003), disciplinados por Diretrizes
Nacionais Curriculares e, especificamente, de acordo com o disposto na
Resolução CNE/CES nº. 01/2006, a organização curricular deste curso de
Pedagogia constitui-se de núcleos, articulados e flexíveis, como
explicitado na seqüência.
6.1 Núcleo de Estudos Básicos
O primeiro, denominado de Núcleo de Estudos Básicos,
tendo como base o estudo da literatura pertinente e a análise crítica de
distintas realidades educacionais, inclui, entre outros aspectos, o “estudo,
aplicação e avaliação dos textos legais relativos à organização da educação
nacional” e a “utilização de conhecimento multidimensional sobre o ser humano,
em situações de aprendizagem”. Caracteriza-se pela formação geral do alunado,
incluindo conhecimentos que subsidiam a docência, quanto às dimensões
filosófica, sociológica, histórica, política, psicológica, econômica, cultural
etc., e conhecimentos que oportunizam compreender, problematizar e intervir na
organização dos sistemas de ensino e do trabalho pedagógico. Totaliza 2.190
horas (67,6% da carga horária total) e é composto por trinta e sete (37)
componentes curriculares que compreendem os conteúdos básicos profissionais:
NÚCLEO DE ESTUDOS BÁSICOS
|
|||||
CONTEÚDOS BÁSICOS PROFISSIONAIS
|
|||||
DISCIPLINA
|
CARGA
HORÁRIA
|
CRÉDITOS
|
|||
Introdução à Filosofia
|
60
|
04
|
|||
Fundamentos Filosóficos da Educação
|
60
|
04
|
|||
Introdução à Sociologia
|
60
|
04
|
|||
Fundamentos Sociológicos da Educação
|
60
|
04
|
|||
Introdução à Psicologia da Educação
|
60
|
04
|
|||
Fundamentos Psicológicos da Educação I
|
60
|
04
|
|||
Fundamentos Psicológicos da Educação II
|
60
|
04
|
|||
Fundamentos Econômicos da Educação
|
45
|
03
|
|||
Fundamentos Históricos da Educação I
|
45
|
03
|
|||
Fundamentos Históricos da Educação II
|
60
|
04
|
|||
Fundamentos Políticos da Educação
|
30
|
02
|
|||
Didática
|
60
|
04
|
|||
Matemática Elementar
|
45
|
03
|
|||
Matemática I na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Matemática II na Educação Infantil e Anos Iniciais
do Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Ciências I na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Ciências II na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
História I na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
História II na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Geografia I na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Geografia II na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Fundamentos Lingüísticos
|
60
|
04
|
|||
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
|
60
|
04
|
|||
Processos de Alfabetização e Letramento
|
60
|
04
|
|||
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Língua Materna II na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Educação Física na Educação Infantil e Anos Iniciais
do Ensino Fundamental
|
30
|
02
|
|||
Arte na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental
|
60
|
04
|
|||
Fundamentos da Educação Infantil
|
60
|
04
|
|||
Educação Especial
|
60
|
04
|
|||
Estágio Supervisionado I
|
60
|
04
|
|||
Estágio Supervisionado II
|
150
|
10
|
|||
Estágio Supervisionado III
|
150
|
10
|
|||
Trabalho de Conclusão de Curso
|
-
|
-
|
|||
Seminário
em Educação I
|
45
|
03
|
|||
Seminário
em Educação II
|
30
|
02
|
|||
Seminário
em Educação III
|
30
|
02
|
|||
Seminário
em Educação IV
|
30
|
02
|
|||
TOTAL
|
2.190
|
146
|
|||
6.1.1 Estágio Curricular
Supervisionado
O estágio curricular será
realizado com a pretensão de garantir aos graduandos a experiência do exercício
profissional, em espaços onde se desenvolvam
atividades de gestão de processos educativos, bem como de planejamento,
implementação, acompanhamento e avaliação de atividades e projetos educativos
direcionados à Educação Infantil e aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Compreenderá uma carga horária total de 360 horas, distribuídas em três componentes
curriculares:
1. 60 horas destinadas ao Estágio Supervisionado I, a ser
realizado no quinto período, para o curso diurno, e no sexto, para o noturno,
objetivando proporcionar ao graduando a oportunidade de participar da gestão de
instituições de Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental,
contribuindo para a elaboração, implementação, execução, acompanhamento e
avaliação de projetos e programas educacionais;
2. 150 horas destinadas ao Estágio Supervisionado II, a ser
realizado no sétimo período, para o curso diurno, e no nono, para o noturno,
enfocando as atividades de observação, planejamento, implementação e avaliação
de práticas de ensino voltadas à Educação Infantil; e
3. 150 horas destinadas ao Estágio Supervisionado III, a ser realizado
no oitavo período, para o curso diurno, e no décimo, para o noturno, enfocando
as atividades de observação, planejamento, implementação e avaliação de
práticas de ensino voltadas aos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Sendo assim, o estágio
supervisionado, por meio da problematização da gestão escolar e do processo de
ensino-aprendizagem na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, referenciada na correlação teoria/prática, também se constituirá em
importante foro de realização de pesquisas que venham a produzir conhecimentos
pedagógicos e científicos sobre o processo ensino-aprendizagem, bem como sobre
propostas curriculares e a organização do trabalho educativo e de práticas
pedagógicas. Nesse sentido, exigirá o trabalho interdisciplinar dos diversos
componentes curriculares do curso de Pedagogia, promovendo a análise e a
intervenção na realidade social através da pesquisa intervenção. Primando por
articular a docência à investigação científica, o estágio terá como
pressupostos fundamentais os componentes curriculares destinados ao estudo da
pesquisa. Especificamente Pesquisa Educacional I deverá ensejar o delineamento
de projetos de ensino e pesquisa, a serem desenvolvidos no Estágio
Supervisionado I, e Pesquisa Educacional II, o
delineamento de projetos para os Estágios II e III.
As turmas de estágio a serem formadas
deverão ter, no máximo, 10 (dez) alunos, sob a responsabilidade de um
professor, que orientará as atividades relacionadas à docência e à pesquisa. Cada turma executará
um projeto coletivo que deverá congregar investigações, a serem realizadas em
duplas, em torno de um mesmo tema (referente à gestão escolar, no Estágio
Supervisionado I, e ao processo ensino-aprendizagem na Educação Infantil e nos
anos iniciais do Ensino Fundamental, respectivamente nos Estágios II e III).
Desse modo, nos Estágios II e III, a pesquisa estará necessariamente articulada
à prática de ensino.
Ao final de cada um dos Estágios,
o aluno apresentará, oralmente e por escrito, os resultados de suas
investigações sob a forma de uma produção acadêmico-científica individual. As
produções resultantes de cada uma das disciplinas de Estágio Supervisionado
deverão ser reunidas para compor o trabalho final de curso, que será
apresentado ao término do último Estágio Supervisionado. A avaliação desse
trabalho ocorrerá no âmbito do componente curricular Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC) e será efetuada por uma banca constituída por dois examinadores: o
professor do Estágio Supervisionado III e outro professor ou especialista na
área da pesquisa.
A relação entre o Curso de
Pedagogia e os campos de estágio dar-se-á a partir de convênios celebrados
entre a UFCG e instituições de educação, preferencialmente,
de natureza pública. No caso do campo de estágio ser uma escola da rede
pública, o referido convênio deverá ser firmado entre a Secretaria de Educação
e a UFCG.
A celebração de tais convênios não somente
assegurará a abertura de espaços para realização de atividades de ensino e
pesquisa, mas também permitirá aprofundar a relação entre o Curso de Pedagogia
e as instituições de educação, por meio de um canal permanente de troca de
saberes.
6.1.2 As disciplinas Seminários em Educação
As
disciplinas Seminário em Educação I, II, III e IV objetivam, ao término de
períodos da segunda metade do curso, possibilitar a socialização das atividades
de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelos discentes no decorrer do
período letivo. Desse modo, cada componente curricular Seminário em Educação
deverá ter estreita articulação com as demais disciplinas do período e,
especialmente, com as disciplinas Estágio Supervisionado I, Pesquisa
Educacional II, Estágio Supervisionado II e Estágio Supervisionado III, nas
quais o aluno desenvolverá atividades de pesquisa.
6.2 Núcleo de
Aprofundamento e Diversificação de Estudos
O segundo
núcleo, denominado Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos,
está voltado às áreas de atuação profissional priorizadas e inclui
“investigações sobre processos educativos e gestoriais, em diferentes situações
institucionais” e “avaliação, criação e uso de textos, materiais didáticos,
procedimentos e processos de aprendizagem que contemplem a diversidade social e
cultural da sociedade brasileira”. Abrange, portanto, conhecimentos destinados
à capacitação do docente para os conteúdos e metodologias específicos de sua
área de atuação, além de conhecimentos que, visando a uma maior atualização da
formação docente frente às transformações de uma sociedade complexa, plural e
em mutação, compõem a parte diversificada da formação. Este
núcleo é composto por dezoito (18) componentes curriculares que totalizam uma
carga horária de 930 horas. Corresponde aos conteúdos complementares
obrigatórios (705 horas correspondentes a 21,8% da
carga horária total) e aos conteúdos complementares optativos (225 horas que
correspondem a 6,9% do total de horas do Curso).
NÚCLEO DE APROFUNDAMENTO E
DIVERSIFICAÇÃO
DE ESTUDOS
|
||
CONTEÚDOS COMPLEMENTARES
OBRIGATÓRIOS
|
||
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
CRÉDITOS
|
Leitura e
Produção Textual
|
45
|
03
|
Cultura e
Educação
|
60
|
04
|
Análise e
Produção de Textos Acadêmicos
|
60
|
04
|
Teorias do
Currículo
|
45
|
03
|
Política e
Gestão Educacionais
|
45
|
03
|
Educação
de Jovens e Adultos
|
45
|
03
|
Introdução
à Pesquisa Educacional
|
60
|
04
|
Pesquisa
Educacional I
|
45
|
03
|
Pesquisa
Educacional II
|
45
|
03
|
Avaliação
dos Processos Educacionais
|
45
|
03
|
Corpo,
Brinquedo e Educação
|
45
|
03
|
Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS)
|
60
|
04
|
Literatura
Infantil
|
60
|
04
|
Ensino
de Língua Portuguesa na Educação de Surdos
|
45
|
03
|
|
705
|
47
|
CONTEÚDOS COMPLEMENTARES OPTATIVOS
|
||
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
CRÉDITOS
|
Disciplina
da Área de Aprofundamento
|
60
|
04
|
Disciplina
da Área de Aprofundamento
|
60
|
04
|
Disciplina
da Área de Aprofundamento
|
60
|
04
|
Disciplina
da Área de Aprofundamento
|
45
|
03
|
|
225
|
15
|
TOTAL
|
930
|
62
|
Divididas
entre quatro componentes curriculares localizados no último período do Curso,
225 horas do Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos são
destinadas à área de aprofundamento eleita pelo discente. Após cursar a maior
parte das disciplinas dos núcleos de Estudos Básicos e de
Aprofundamento e Diversificação de Estudos, o estudante opta, ao término do
penúltimo período letivo, por diversificar sua formação, aprofundando seus
estudos em uma das áreas oferecidas no referido período.
6.2.1 Áreas
de Aprofundamento
Em
conformidade com o que é disposto no Parecer CNE/CP nº. 05/2005, “O projeto
pedagógico de cada instituição deverá circunscrever áreas ou modalidades de
ensino que proporcionem aprofundamento de estudos, sempre a partir da formação
comum da docência na Educação Básica e com objetivos próprios do curso de
Pedagogia”. De acordo com esse documento, a observação das necessidades e
interesses locais e regionais permitirá aprofundar questões que devem estar
presentes na formação de todos os educadores, a exemplo de educação de pessoas
com necessidades educativas especiais e de educação de pessoas jovens e
adultas. O aprofundamento feito pelo discente em uma das áreas ou modalidades
de ensino específico oferecidas pelo curso será comprovado em seu histórico
escolar e não configurará uma habilitação.
Nessa
perspectiva, dentro do Núcleo de Aprofundamento e Diversificação de Estudos,
quatro disciplinas correspondentes a 225 horas, situadas no último período
letivo do curso, são voltadas ao aprofundamento de estudos em uma área eleita
pelo estudante, entre duas oferecidas. A definição dessas duas áreas
acontecerá, primeiramente, com base nas possibilidades de oferecimento das
disciplinas que as compõem, considerando-se a disponibilidade de docentes que
possam assumi-las no período em que forem requeridas. Uma vez identificadas
tais áreas, serão levantadas as demandas dos estudantes matriculados no
penúltimo período letivo do curso. Desse modo, haverá a definição obedecendo ao
seguinte critério: duas áreas, caso haja pelo menos dez alunos interessados por
cursar cada uma delas; ou uma, caso a maioria dos estudantes opte por uma mesma
área. Havendo a oferta de duas, o aluno opta por uma delas. Não atendido o
critério de demanda estabelecido, será oferecida uma área, que deverá ser
cursada por todos os alunos.
Feita a escolha, no último período letivo, o estudante cursará
quatro disciplinas referentes a sua preferência, o que lhe permitirá dedicar-se
ao estudo de uma questão relevante à formação
do profissional pedagogo.
Caso
o aluno opte por uma área, curse determinada carga horária a ela referente,
embora não complementando as 225 horas que totalizam o aprofundamento, e se
interesse por aprofundar-se em outra questão, poderá fazê-lo, desde que curse
as quatro disciplinas pertencentes à nova área escolhida, perfazendo suas 225
horas. Não será permitido, entretanto, que um aluno integralize duas áreas de
aprofundamento.
Diante
da pluralidade concernente à formação e à atuação do pedagogo e da
multiplicidade de interesses aos quais se voltam os docentes do curso de
Pedagogia ora proposto, justifica-se a apresentação de diferentes áreas de
aprofundamento. É claro que não será possível oferecer múltiplas áreas em
concomitância, mas apresenta-se como premente a necessidade de existirem
diversas possibilidades que garantam, em diferentes momentos e contextos,
pensar a formação dos docentes e sua diversificação a partir de variadas
perspectivas que respeitem as necessidades e interesses locais/regionais e os
interesses dos sujeitos em formação. Desse modo, são propostas as seguintes
áreas de aprofundamento: Educação de Surdos, Linguagens e Diversidade, Política
e Gestão Educacional, Educação do Campo, Educação de Jovens e Adultos,
Psicologia Educacional, Tecnologias Educacionais e Educação Matemática, as
quais são detalhadas a seguir, com justificativa e disciplinas componentes.
a)
Área de aprofundamento em Educação de Surdos
Atualmente, a condição bilíngüe dos surdos é fato
inconteste, referendada por estudiosos tais como Ferreira Brito, Felipe,
Quadros, Moura, Lodi, Perlin, Skliar e Souza, e assumida pela atual política
pública nacional de educação, através do Programa Nacional de Apoio à Educação
de Surdos (MEC/SEESP).
Essa condição parte do pressuposto de que a língua
brasileira de sinais - Libras -, de modalidade vísuo-espacial, é a forma
adequada para a aquisição e utilização da linguagem pelas pessoas surdas, bem
como para o desenvolvimento cognitivo e social desses sujeitos. Por outro lado,
a língua portuguesa é compreendida como uma segunda língua, que exige um
processo formal para a sua aprendizagem. Essas duas línguas devem permear a
educação dos surdos, pois se situam politicamente enquanto direito.
Para que esse direito seja assegurado, a formação de
professores bilíngües é um de seus pressupostos. O ensino da língua portuguesa,
o entendimento das particularidades culturais dos surdos e do espaço curricular
das línguas envolvidas no processo educacional devem fundamentar-se em sólidas
bases teóricas, uma vez que nortearão as práticas pedagógicas desses
professores.
Dessa forma, considerando que o respeito à diferença
lingüística e sócio-cultural dos surdos precisa existir e que sua educação deve
ser fortalecida, a área de aprofundamento em Educação de Surdos visa à formação
de professores bilíngües que possam atuar nos diversos espaços educacionais nos
quais as pessoas surdas estejam inseridas.
Área de aprofundamento em Educação
de Surdos
|
|
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
A Educação da Pessoa Surda
|
60
|
Libras e
Prática Pedagógica na Educação de Surdos
|
60
|
Ensino Bilíngüe e Educação de
Surdos
|
60
|
Temas Contemporâneos em Educação
de Surdos
|
45
|
TOTAL
|
225
|
b)
Área de aprofundamento em Linguagens e Diversidade
As sociedades contemporâneas, nas quais as culturas
impressa e eletrônica se fazem presentes, têm se caracterizado, cada vez mais,
como campo de produção e utilização de múltiplas linguagens, que se prestam a
objetivos e funções sociais diversos, quando inseridas em práticas sociais
específicas, desenvolvidas por distintos grupos sociais.
Nesse contexto, considerando que é também papel da
escola preparar o aluno para compreender os mecanismos lingüísticos e fazer uso
da linguagem em diferentes situações comunicativas, é imprescindível que o professor
em formação, com base em conhecimentos sobre a relação
linguagem/cultura/sociedade, possa aprofundar a reflexão sobre diferentes
linguagens, com vistas a uma prática pedagógica que contemple tal diversidade.
Sendo assim, esta área de aprofundamento, para além de
proporcionar, ao docente em formação, subsídios teóricos sobre algumas
linguagens de nossa sociedade (oral, escrita, visual, digital, literária etc.),
de modo a otimizar a construção de propostas pedagógicas para cada linguagem
específica, objetiva favorecer o conhecimento, a produção e a análise de
políticas, propostas pedagógicas e/ou pesquisas educacionais de
ensino-aprendizagem das diversas linguagens utilizadas por grupos sociais
distintos.
Ao focalizar a formação do profissional de educação
como docente e/ou pesquisador no campo da linguagem, esta área contempla as
disciplinas listadas a seguir.
Área de aprofundamento em
Linguagens e Diversidade
|
|
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
Linguagens,
Cultura e Diversidade
|
60
|
Sociolingüística
|
60
|
Múltiplas Linguagens e Práticas Pedagógicas
|
60
|
Práticas de Letramento e Formação Docente
|
45
|
TOTAL
|
225
|
c) Área de
aprofundamento em Política e Gestão Educacionais
A gestão educacional constitui-se,
ao longo das três últimas décadas do século XX, em uma temática de grande
relevância acadêmica e política, no âmbito da qual se evidencia o embate
teórico-prático entre concepções orientadas por antagônicas racionalidades, a
mercadológica-empresarial e a democrático-educacional (FÉLIX, 1984).
Em se
considerando, mais restritamente, o curso de Pedagogia, um duplo movimento
também confere relevo à dimensão da gestão: por um lado, as Diretrizes
Curriculares Nacionais (Resolução
CNE/CP nº 01/2006) adotam uma concepção bastante ampliada da docência e
do professor, segundo a qual, as atividades docentes passam a compreender,
também, a participação na organização e gestão de sistemas e instituições de
ensino.
Por outro
lado, o processo de reflexão desenvolvido na Unidade Acadêmica de Educação do
CH/UFCG possibilitou o reconhecimento da gestão – da escola e do sistema de
ensino – como importante dimensão e espaço de atuação dos egressos – ou dos
alunos – do curso.
Ausentes
da estrutura curricular do curso de Pedagogia em vigor, estudos sobre a gestão
permanecem como uma significativa lacuna no processo formativo dos professores
dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
São essas
as razões que norteiam a decisão de propor a inclusão da área de aprofundamento
Política e Gestão Educacional na estrutura curricular do projeto pedagógico do
Curso de Pedagogia da Unidade Acadêmica de Educação do CH/UFCG.
Área de aprofundamento em Política
e Gestão Educacionais
|
|
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
Gestão Educacional
|
60
|
Políticas de Gestão e
Financiamento da Educação
|
60
|
Políticas Curriculares
|
60
|
Relações de Saber-Poder nos
Sistemas de Ensino e nas Escolas
|
45
|
TOTAL
|
225
|
d) Área de aprofundamento em
Educação do Campo
A Educação do
Campo, mais do que um “tipo” específico de educação, é uma manifestação
política que objetiva fazer aparecer a realidade do campo, bem como aqueles que
habitam esse lugar e que se constroem, também, a partir dele. Historicamente,
os povos camponeses foram e, de certa forma, ainda são deixados à margem dos
projetos de desenvolvimento do Brasil. Isto porque, “no modelo de
desenvolvimento que vê o Brasil como mais um mercado emergente, predominantemente urbano, camponeses e indígenas
são vistos como espécies em extinção” (MOLINA, 1999, p. 21). Conforme afirma
Abramovay (2001), o campo e os camponeses existem e, por assim ser, têm direito
a serem contemplados pelos mais diversos setores – públicos e privados – que
constituem a sociedade e o Estado brasileiro. Atualmente, os dados revelam a
urgente necessidade de ações mais voltadas a essa realidade específica. Apesar disso,
os programas de formação de professores – magistério e cursos superiores – não
tratam das questões do campo, mesmo nas regiões em que grande parte desses
professores poderá trabalhar nesse contexto.
Nesse sentido, o
curso de Pedagogia da UFCG, ao criar uma área de aprofundamento de estudos em
Educação do Campo, estará contribuindo para modificar o desenho do quadro atual
da educação realizada na zona rural, tanto no município de Campina Grande,
quanto em cidades próximas, das quais recebe, continuamente, alunos para
realizarem sua formação. Essa contribuição incidirá, de maneira direta, na
preparação de professores já atuantes ou que atuarão em escolas voltadas ao
atendimento a sujeitos com identidade camponesa e, de maneira indireta, na
formação desses sujeitos, a partir de um ensino contextualizado que, sem deixar
de contemplar o conhecimento universal, tenha como referência os conhecimentos
e saberes produzidos/construídos no campo.
Dessa forma,
considerando os argumentos anteriormente apresentados, esta área contempla as
seguintes disciplinas:
Área de aprofundamento em Educação
do Campo
|
|
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
Educação, Identidade e Cultura do Campo
|
60
|
Movimentos Sociais e Educação
Básica no Campo
|
60
|
Metodologias de Ensino no Campo
|
60
|
Educação e Desenvolvimento
Sustentável
|
45
|
TOTAL
|
225
|
e) Área de
aprofundamento em Educação de Jovens e Adultos
No atual contexto da sociedade brasileira, a construção
de conhecimentos e a formação de professores para atuarem na educação de jovens
e adultos (EJA) fazem-se necessárias, de modo a contribuir para o enfrentamento
do desafio de garantir, aos brasileiros que deixaram a escola ou nunca a
freqüentaram, a oportunidade de ingressar e permanecer nela, usufruindo de uma
educação de qualidade social.
As precárias condições de oferta de EJA, os altos
índices de evasão e baixo rendimento escolar, a inadequação da escola aos
interesses e às necessidades dos alunos, a ausência de formação profissional
específica e permanente para os professores, e a desarticulação
educação/trabalho compõem uma problemática complexa que sinaliza o afastamento,
para horizontes mais distantes, das soluções definitivas para o analfabetismo e
subescolarização dessa parcela da população.
Na perspectiva de universalização do ensino de qualidade
social, meta relacionada à idéia
de educação para a cidadania, atrelada ao desenvolvimento científico e
tecnológico, a educação de jovens e adultos, compreendida em seu sentido pleno
e não apenas como oferta compensatória de rudimentos de leitura, escrita e
cálculo, necessita de profissionais qualificados para atender às
especificidades e potencialidades desse público.
Assim, a área de aprofundamento apresentada
buscará, através das suas disciplinas e da sua articulação com a pesquisa e a
extensão, problematizar a atuação dos professores de EJA, concatenada às três
dimensões básicas da qualificação profissional, quais sejam: preparação
técnica, compromisso político para emancipação de indivíduos que vivenciam
diferentes processos de exclusão, e sensibilidade na tomada de decisões.
Trata-se, pois, de articular as dimensões epistemológica, política,
profissional e ética, o que se pretende contemplar nas disciplinas propostas.
Área de aprofundamento em Educação
de Jovens e Adultos
|
|
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos
|
60
|
Práticas Educativas e Construção do Currículo na
Educação de Jovens e Adultos
|
60
|
Educação
Popular e Movimentos Sociais
|
60
|
Experiências
de Ensino, Pesquisa e Extensão na Educação de Jovens e Adultos
|
45
|
TOTAL
|
225
|
f) Área de
aprofundamento em Psicologia Educacional
As reflexões científicas, no
campo dos estudos psicológicos, enriqueceram-se e mostraram que essa área se
amplia em função dos diversos olhares sobre os processos de ensino-aprendizagem,
considerando aspectos múltiplos e interatuantes (biológicos, sociais,
históricos e culturais) no desenvolvimento da mente humana.
Nesse sentido, a área de
aprofundamento em Psicologia Educacional proporcionará, ao pedagogo em
formação, uma leitura crítica dos processos educacionais, em seus aspectos
multidimensionais, bem como dos fatores psicossociais de exclusão na e através
da escola.
O aprofundamento dos estudos
em Psicologia da Educação contemplará, ainda, uma análise da evolução desse
campo do saber em temáticas específicas, os desdobramentos atuais das pesquisas
em tal área e suas implicações pedagógicas.
Portanto, essa área de
aprofundamento justifica-se pela exigência que se impõe, aos docentes em
formação, da necessidade de incursões no debate atualizado da Psicologia
Educacional, tendo em vista que não podem prescindir de amplo conhecimento numa
área que oferece contribuições efetivas para as práticas educativas.
Área de aprofundamento em
Psicologia Educacional
|
|
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
Mediação Pedagógica
|
60
|
Processos
Psicossociais de Exclusão
|
60
|
Psicanálise
e Educação
|
60
|
Psicologia Sócio-Cultural
|
45
|
TOTAL
|
225
|
g)
Área de aprofundamento em Tecnologias Educacionais
As mudanças de ordem social,
política, educacional, econômica e tecnológica que ocorreram nas últimas
décadas implicaram
o surgimento de uma diversidade de espaços educativos, instrumentos culturais e
processos de aprendizagem que tornam cada vez mais complexas as relações entre
professores e alunos e os processos de ensino-aprendizagem no contexto escolar
e extra-escolar.
Para enfrentar essa nova
realidade, precisamos assumir o desafio de aprender e ensinar os futuros
professores a tirar o melhor proveito dos meios tecnológicos e informacionais
que passaram a mediar as mais variadas formas de interação social, desde o
trabalho, o lazer, até a produção e apropriação de conhecimentos.
A necessidade de
conhecimentos específicos a respeito das possibilidades, condições e limitações
do uso das tecnologias educacionais atualmente disponíveis, pautada em análises
e reflexões críticas a respeito de suas contribuições nas mais diversas áreas
do conhecimento humano, justificam a criação de uma área de aprofundamento em
Tecnologias Educacionais.
Sob esse enfoque, esta área
de aprofundamento possibilitará um diferencial qualitativo na formação
acadêmica dos alunos de Pedagogia, pois, a despeito de todas as dificuldades
existentes, o uso das tecnologias cresce significativamente nas situações de
ensino, seja à distância, presencial ou semi-presencial. Nesse sentido, é
urgente a necessidade de ampliar os conhecimentos dos docentes e discentes em
formação sobre novas práticas educativas mediadas por tecnologias educacionais,
considerando que já vivenciamos, em nosso cotidiano, novas relações sociais
mediadas pelas ferramentas de comunicação e informação.
Área de aprofundamento em
Tecnologias Educacionais
|
|
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
Linguagens em Contexto Digital
|
60
|
Tecnologias Educacionais e Processos de
Aprendizagem
|
60
|
Mídias
Impressas na Educação
|
60
|
Fundamentos
Históricos e Políticos das Tecnologias Educacionais
|
45
|
TOTAL
|
225
|
h)
Área de aprofundamento em Educação Matemática
Durante décadas, a
Matemática tem se constituído como uma preocupação para profissionais da
educação, razão pela qual alguns estudos vêm buscando respostas para os
problemas oriundos do trabalho com esse campo do conhecimento. Considerando tal
preocupação, surge, nas últimas três décadas, no âmbito mundial, o que hoje
denominamos de Educação Matemática, enfocando os aspectos que influenciam a
relação entre o professor, o aluno e o saber matemático.
No Brasil, há pouco mais de dez anos, desenvolvem-se
estudos mais sistemáticos sobre essa temática. No campo teórico, tem-se
avançado nas discussões sobre aspectos como: epistemologia e didática da
Matemática; representação semiótica; transposição didática; visualização, entre
outros. Tal avanço tem permitido novas reflexões, subsidiando práticas
pedagógicas de Matemática em várias áreas: no contexto do campo; na educação de
jovens e adultos; na educação especial; e no uso de novos recursos
tecnológicos. Diante do exposto, a área de aprofundamento em Educação
Matemática se justifica, sobretudo, para fomentar a reflexão sobre tais áreas.
Área de aprofundamento em Educação
Matemática
|
|
DISCIPLINA
|
CARGA HORÁRIA
|
Ensino
de Matemática na Educação Especial
|
60
|
Educação Matemática de Jovens e
Adultos
|
60
|
Instrumentos Tecnológicos no Ensino de Matemática
|
60
|
A Matemática na Educação do Campo
|
45
|
TOTAL
|
225
|
6.3 Núcleo de Estudos Integradores
O
terceiro núcleo que compõe a organização curricular do curso é o Núcleo de
Estudos Integradores, cujo objetivo é propiciar enriquecimento curricular
através da participação do aluno em a) seminários, estudos curriculares, projetos de
iniciação científica, monitoria e extensão, orientados pelo corpo docente da
instituição de educação superior; b) atividades práticas que propiciem
vivências nas mais diferentes áreas do campo educacional, e c) atividades de
comunicação e expressão cultural, correspondendo a 120 horas (3,7%) da carga horária total do curso.
Ao final
de cada período letivo, o Colegiado do Curso apreciará as solicitações de
reconhecimento das atividades de enriquecimento curricular realizadas pelos
alunos, considerando a sua pertinência aos propósitos definidos no Parecer
CNE/CP nº. 03/2006, quais sejam: alargamento das experiências dos estudantes e
consolidação da sua formação.
Através de processo formalizado à Pró-Reitoria de
Ensino, as atividades realizadas pelo discente e aprovadas pelo Colegiado do
Curso serão registradas no histórico escolar do aluno como conteúdos
complementares flexíveis.
NÚCLEO DE
ESTUDOS INTEGRADORES
|
|
Conteúdos
Complementares Flexíveis
|
120
|
TOTAL
|
120
|
6.4 Distribuição das disciplinas por período letivo
a) Turno manhã
Nome da
disciplina
|
Créditos
|
Carga
horária
|
Pré-requisitos
|
|
1º
PERÍODO
|
||||
Introdução
à Filosofia
|
04
|
60
|
-
|
|
Introdução
à Sociologia
|
04
|
60
|
-
|
|
Introdução
à Psicologia da Educação
|
04
|
60
|
-
|
|
Fundamentos Econômicos da Educação
|
03
|
45
|
-
|
|
Leitura e Produção Textual
|
03
|
45
|
-
|
|
Fundamentos Históricos da Educação
I
|
03
|
45
|
-
|
|
Cultura e Educação
|
04
|
60
|
-
|
|
2º PERÍODO
|
||||
Fundamentos Filosóficos da Educação
|
04
|
60
|
Introdução à
Filosofia
|
|
Fundamentos Sociológicos da
Educação
|
04
|
60
|
Introdução à Sociologia
|
|
Fundamentos Psicológicos da
Educação I
|
04
|
60
|
Introdução à Psicologia da Educação
|
|
Fundamentos Políticos da Educação
|
02
|
30
|
-
|
|
Análise e Produção de Textos
Acadêmicos
|
04
|
60
|
Leitura e Produção
Textual
|
|
Fundamentos Históricos da Educação
II
|
04
|
60
|
Fundamentos Históricos da Educação I
|
|
Corpo,
Brinquedo e Educação
|
03
|
45
|
-
|
|
3º PERÍODO
|
||||
Matemática
Elementar
|
03
|
45
|
-
|
|
Didática
|
04
|
60
|
-
|
|
Fundamentos Psicológicos da Educação II
|
04
|
60
|
Fundamentos Psicológicos da Educação I
|
|
Política
e Gestão Educacionais
|
03
|
45
|
Fundamentos Políticos da Educação
|
|
Fundamentos Lingüísticos
|
04
|
60
|
-
|
|
Educação
de Jovens e Adultos
|
03
|
45
|
-
|
|
Introdução
à Pesquisa Educacional
|
04
|
60
|
Análise e Produção de Textos Acadêmicos
|
|
4º PERÍODO
|
||||
Matemática I na Educação Infantil
e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Matemática Elementar
|
|
Avaliação
dos Processos Educacionais
|
03
|
45
|
Didática
|
|
Ciências I na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
-
|
|
Aquisição e Desenvolvimento da
Linguagem
|
04
|
60
|
Fundamentos Lingüísticos
|
|
História I na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
-
|
|
Teorias do Currículo
|
03
|
45
|
-
|
|
Pesquisa Educacional I
|
03
|
45
|
Introdução à Pesquisa Educacional
|
|
5º PERÍODO
|
||||
Matemática II na Educação Infantil
e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Matemática I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Geografia I na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
-
|
|
Ciências II na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Ciências I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Processos de Alfabetização e
Letramento
|
04
|
60
|
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
|
|
História II na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
História I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Estágio Supervisionado I
|
04
|
60
|
Política e Gestão Educacionais
Pesquisa Educacional I
|
|
Seminário em
Educação I
|
03
|
45
|
-
|
|
6º PERÍODO
|
||||
Fundamentos da Educação Infantil
|
04
|
60
|
Fundamentos Históricos da Educação II
Fundamentos
Filosóficos da Educação
|
|
Geografia II na Educação Infantil
e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Geografia I na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
|
Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS)
|
04
|
60
|
-
|
|
Língua Materna I na Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Processos de Alfabetização e Letramento
|
|
Literatura
Infantil
|
04
|
60
|
-
|
|
Educação Física na Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
02
|
30
|
Corpo, Brinquedo e Educação
|
|
Pesquisa Educacional
II
|
03
|
45
|
Estágio Supervisionado I
|
|
Seminário em Educação
II
|
02
|
30
|
Seminário em Educação I
|
|
7º PERÍODO
|
||||
Arte na
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
-
|
|
Ensino de
Língua Portuguesa na Educação de Surdos
|
03
|
45
|
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Educação
Especial
|
04
|
60
|
-
|
|
Língua Materna II na Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Estágio Supervisionado II
|
10
|
150
|
Estágio Supervisionado I
Pesquisa Educacional II
|
|
Seminário em
Educação III
|
02
|
30
|
Seminário em Educação II
|
|
8º PERÍODO
|
||||
Disciplina da área de
aprofundamento
|
04
|
60
|
-
|
|
Disciplina da área de
aprofundamento
|
04
|
60
|
-
|
|
Disciplina da área de
aprofundamento
|
04
|
60
|
-
|
|
Disciplina da área de
aprofundamento
|
03
|
45
|
-
|
|
Estágio Supervisionado III
|
10
|
150
|
Estágio Supervisionado II
|
|
Trabalho de Conclusão de Curso
|
-
|
-
|
Estágio
Supervisionado III (co-requisito)
|
|
Seminário em
Educação IV
|
02
|
30
|
Seminário em Educação III
|
b) Turno noite
Nome da
disciplina
|
Créditos
|
Carga
horária
|
Pré-requisitos
|
|
1º
PERÍODO
|
||||
Introdução
à Filosofia
|
04
|
60
|
-
|
|
Introdução
à Sociologia
|
04
|
60
|
-
|
|
Fundamentos Econômicos da Educação
|
03
|
45
|
-
|
|
Leitura e Produção Textual
|
03
|
45
|
-
|
|
Cultura e Educação
|
04
|
60
|
-
|
|
2º PERÍODO
|
||||
Fundamentos Filosóficos da Educação
|
04
|
60
|
Introdução à
Filosofia
|
|
Fundamentos Sociológicos da
Educação
|
04
|
60
|
Introdução à Sociologia
|
|
Fundamentos Históricos da Educação
I
|
|
|
-
|
|
Análise e Produção de Textos
Acadêmicos
|
04
|
60
|
Leitura e Produção
Textual
|
|
Corpo,
Brinquedo e Educação
|
03
|
45
|
-
|
|
3º PERÍODO
|
||||
Introdução
à Psicologia da Educação
|
04
|
60
|
-
|
|
Didática
|
04
|
60
|
-
|
|
Fundamentos Históricos da Educação
II
|
04
|
60
|
Fundamentos Históricos da Educação I
|
|
Fundamentos Lingüísticos
|
04
|
60
|
-
|
|
Fundamentos Políticos da Educação
|
02
|
30
|
-
|
|
4º PERÍODO
|
||||
Fundamentos Psicológicos da
Educação I
|
04
|
60
|
Introdução à Psicologia da Educação
|
|
Matemática
Elementar
|
03
|
45
|
-
|
|
Política
e Gestão Educacionais
|
03
|
45
|
Fundamentos Políticos da Educação
|
|
Aquisição e Desenvolvimento da
Linguagem
|
04
|
60
|
Fundamentos Lingüísticos
|
|
Introdução
à Pesquisa Educacional
|
04
|
60
|
Análise e Produção de Textos Acadêmicos
|
|
5º PERÍODO
|
||||
Fundamentos Psicológicos da Educação II
|
04
|
60
|
Fundamentos Psicológicos da Educação I
|
|
Matemática I na Educação Infantil
e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Matemática Elementar
|
|
Avaliação
dos Processos Educacionais
|
03
|
45
|
Didática
|
|
Processos de Alfabetização e
Letramento
|
04
|
60
|
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
|
|
Pesquisa Educacional I
|
03
|
45
|
Introdução à Pesquisa Educacional
|
|
Educação Física na Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
02
|
30
|
Corpo, Brinquedo e Educação
|
|
6º PERÍODO
|
||||
História I na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
-
|
|
Matemática II na Educação Infantil
e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Matemática I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Ciências I na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
-
|
|
Língua Materna I na Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Processos de Alfabetização e Letramento
|
|
Estágio Supervisionado I
|
04
|
60
|
Política e Gestão Educacionais
Pesquisa Educacional I
|
|
Seminário em
Educação I
|
03
|
45
|
-
|
|
7º PERÍODO
|
||||
História II na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
História I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Geografia I na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
-
|
|
Ciências II na Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Ciências I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Língua Materna II na Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Fundamentos da Educação Infantil
|
04
|
60
|
Fundamentos Históricos da Educação II
Fundamentos
Filosóficos da Educação
|
|
8º PERÍODO
|
||||
Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS)
|
04
|
60
|
-
|
|
Geografia II na Educação Infantil
e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
Geografia I na Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental
|
|
Educação
de Jovens e Adultos
|
03
|
45
|
-
|
|
Literatura
Infantil
|
04
|
60
|
-
|
|
Pesquisa Educacional
II
|
03
|
45
|
Estágio Supervisionado I
|
|
Seminário em
Educação II
|
02
|
30
|
Seminário em Educação I
|
|
9º PERÍODO
|
||||
Teorias do Currículo
|
03
|
45
|
-
|
|
Educação
Especial
|
04
|
60
|
-
|
|
Arte na
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
|
04
|
60
|
-
|
|
Ensino de
Língua Portuguesa na Educação de Surdos
|
03
|
45
|
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)
Língua Materna I na Educação Infantil e Anos
Iniciais do Ensino Fundamental
|
|
Estágio Supervisionado II
|
10
|
150
|
Estágio Supervisionado I
Pesquisa Educacional II
|
|
Seminário em
Educação III
|
02
|
30
|
Seminário em Educação II
|
|
10º PERÍODO
|
||||
Disciplina da área de
aprofundamento
|
04
|
60
|
-
|
|
Disciplina da área de
aprofundamento
|
04
|
60
|
-
|
|
Disciplina da área de
aprofundamento
|
04
|
60
|
-
|
|
Disciplina da área de
aprofundamento
|
03
|
45
|
-
|
|
Estágio Supervisionado III
|
10
|
150
|
Estágio Supervisionado II
|
|
Trabalho de Conclusão de Curso
|
00
|
00
|
Estágio
Supervisionado III (co-requisito)
|
|
Seminário em
Educação IV
|
02
|
30
|
Seminário em Educação III
|
6.4.1 Fluxogramas
7. FORMAS DE ACESSO AO CURSO E NÚMERO DE VAGAS POR PERÍODO
O
ingresso no Curso de Pedagogia, considerando o estabelecido no Artigo 9º da
Resolução nº 26/2007 da Câmara Superior de Ensino da UFCG, far-se-á mediante:
I –
concurso vestibular;
II
– transferência;
III
– admissão de graduado;
IV
– reingresso;
V –
reopção;
VI
– programas acadêmicos específicos.
A
cada período letivo serão oferecidas trinta (30) vagas para ingresso no Curso
de Pedagogia.
8. CONDIÇÕES DE OFERTA DO CURSO
A efetivação do que é proposto neste
projeto demanda a garantia de condições, estruturais e referentes a recursos
humanos, que possibilitem a plena oferta do curso, ademais quando se consideram
as precariedades já existentes nesses âmbitos.
No tocante aos recursos humanos,
cabe ressaltar que a Unidade Acadêmica de Educação, à qual o curso de Pedagogia
é vinculado, para dar conta da demanda de disciplinas deste curso e das demais
Licenciaturas do Centro de Humanidades, conta atualmente com 31 (trinta e um)
professores efetivos, dos quais 09 (nove) estão afastados, e com 08 (oito)
professores substitutos. Levar em conta o quadro docente que, hoje, vem
garantindo a execução da estrutura curricular em vigor faz-se necessário à
reflexão acerca das novas necessidades advindas da realização do curso nos
moldes aqui propostos, a partir dos direcionamentos definidos pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.
Considerando que tais diretrizes estabelecem que o
Curso de Licenciatura em Pedagogia deve formar o docente para atuar na Educação
Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e que historicamente o
curso de Pedagogia do Centro de Humanidades voltou-se à formação para o
Magistério das Séries Iniciais do 1º Grau (1ª à 4ª série), não há hoje, no
quadro docente efetivo da Unidade Acadêmica de Educação, nenhum professor com
formação específica na área de atuação da Educação Infantil, nem com estudos e
pesquisas direcionados a ela. Esse dado torna imperiosa a necessidade, diante
da obrigatoriedade da implementação desta proposta, de contratação de docentes
com formação voltada a essa área, inclusive para o acompanhamento dos
estudantes na disciplina Estágio Supervisionado II, composta por atividades de observação, planejamento,
implementação e avaliação de práticas de ensino voltadas à Educação Infantil.
Necessário se faz ressaltar que a Resolução CNE/CP nº 01/2006, que
institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia,
estabelece, em seu Art. 12, que “concluintes do curso de Pedagogia ou Normal
Superior que, no regime das normas anteriores a esta Resolução, tenham cursado
uma das habilitações, a saber, Educação Infantil ou anos iniciais do Ensino
Fundamental, e que pretendam complementar seus estudos na área não cursada
poderão fazê-lo”, preferencialmente na instituição na qual cursaram sua
primeira formação. Uma vez que o curso de Pedagogia do Centro de
Humanidades sempre esteve voltado à formação de docentes para o Magistério das
Séries Iniciais do 1º Grau, pressupõe-se que haverá uma demanda significativa
de egressos buscando complementar seus estudos na área não cursada, a voltada à
docência na Educação Infantil, fator que também reforça a necessidade de
contratação de docentes para essa área.
Cabe
ressaltar que, dentro da nova proposta de organização do curso, o estágio
curricular supervisionado assumirá uma lógica diferenciada, com 360 horas distribuídas
em três componentes curriculares localizados em períodos letivos distintos,
cada um voltado a um aspecto da docência: a gestão, a docência na Educação
Infantil e a docência nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Dado o número de
alunos que comporá cada turma de Estágio e a necessidade de constituição de uma
equipe docente responsável pelo acompanhamento dos discentes em sua trajetória
ao longo dos Estágios Supervisionados I, II e III, também torna-se
imprescindível a contratação de professores para essa área específica de
atuação.
Outro dado relevante a ser destacado
é o fato de, a partir das referidas diretrizes, ter havido um aumento
significativo da carga horária dos cursos de Pedagogia, que deverão ter, no
mínimo, 3200 horas. No caso específico deste curso de Pedagogia, houve um
aumento de mais de 850 horas na carga horária total, aspecto que implicará,
entre outros fatores, o aumento do número de componentes curriculares a serem
oferecidos, em virtude também da ampliação da concepção de docência que deve, a
partir das Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia,
nortear a formação do pedagogo. Desse modo, a ampliação do número de
disciplinas que comporão o currículo do curso de Pedagogia também torna
necessária a contratação de novos docentes para atuação em áreas como Pesquisa Educacional, Ensino de Arte e Ensino de
Geografia.
A observação de que, nesta proposta,
o aluno opta por uma área de aprofundamento para dedicar-se à intensificação de
seus estudos em uma questão específica também justifica a necessidade de
contratação de novos docentes, uma vez que será necessário garantir, além do
oferecimento das cinqüenta e cinco disciplinas componentes da formação dirigida
a todos os estudantes, mais quatro componentes
curriculares referentes a cada uma das áreas de aprofundamento oferecidas, fato
que resultará numa ampliação significativa do número de disciplinas oferecidas
em relação à estrutura curricular até então vigente no curso.
Em relação às condições estruturais
necessárias ao pleno funcionamento da proposta, há muito vêm sendo
reivindicadas condições mais favoráveis e adequadas ao funcionamento das
atividades do curso de Pedagogia. Tais condições incluem a existência de mais
ambientes, voltados aos laboratórios; ao estudo dos docentes e discentes; às
atividades de pesquisa e extensão, incluindo o apoio aos grupos de pesquisa e
aos projetos de ensino e extensão desenvolvidos no âmbito da Unidade Acadêmica
de Educação; às atividades do Grupo PET – Pedagogia; aos ambientes de professores;
à criação de uma Biblioteca Setorial etc. Incluem, ainda, as condições para
que, nesses espaços, seja possível desenvolver as atividades pedagógicas
previstas, o que requer que sejam garantidos equipamentos e materiais que
possibilitem, entre outros aspectos, a articulação curricular no âmbito do
Curso.
9. AVALIAÇÃO
9.1 Avaliação do processo de ensino-aprendizagem
Tendo a concepção emancipatória do processo avaliativo como
fundamento, respeitando a autonomia do professor, as normas estabelecidas na
legislação – nacional e local – pertinente e as especificidades
teórico-metodológicas dos vários componentes curriculares, a avaliação do
ensino-aprendizagem, no curso de Pedagogia, será realizada de forma contínua e
cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
Mediante procedimentos adequados aos respectivos componentes
curriculares, o processo avaliativo, superando o caráter classificatório,
cumprirá o papel de fornecer subsídios para a reorientação e o aprimoramento do
processo pedagógico e, conseqüentemente, para a melhoria da qualidade do curso.
9.2 Avaliação da implementação do projeto
A melhoria do Curso depende da
capacidade reflexiva dos seus integrantes. Considerando que este projeto é
dinâmico e que pode ser melhorado a partir da constatação da necessidade de
alterações e ajustes, propomos a avaliação permanente do Curso numa perspectiva
multidimensional, colaborativa e contínua (Saint-Laurent et al., 1995).
O aspecto multidimensional dessa
avaliação considera tanto a multiplicidade dos critérios avaliativos, quanto a
análise da ação dos diversos sujeitos envolvidos. Nessa perspectiva, tal
avaliação deverá voltar-se:
1. ao funcionamento administrativo, incluindo aspectos como
infra-estrutura de sala de aula, secretarias e laboratórios; relação
funcionários-docentes e funcionários-discentes; relação gestores-funcionários;
funcionamento das instâncias deliberativas (assembléias departamentais,
reuniões de comissões, colegiados etc.); exeqüibilidade das ações planejadas;
horários de funcionamento, dentre outros; e
2. ao funcionamento pedagógico, abrangendo a pertinência das
metodologias de ensino (conteúdos, objetivos, referencial teórico,
procedimentos de ensino e de avaliação) aos planos de curso das disciplinas; relação
professor-aluno; relação entre os planos de curso e os objetivos propostos
neste projeto; avaliação de projetos de pesquisa, ensino e extensão etc.
Esses aspectos serão base para a estruturação dos
instrumentos avaliativos e serão analisados na perspectiva de cada segmento
integrante do curso (discente, docente e técnico-administrativo), o que
possibilitará uma análise dos olhares de cada grupo de sujeitos em relação a um
mesmo aspecto em análise; daí a avaliação ter caráter colaborativo.
Pensamos ainda na continuidade do
processo. Em virtude disso, a avaliação deverá ser realizada ao final do
período letivo, em semestres alternados e contará com a aplicação, aos
diferentes segmentos componentes do curso, de um instrumento avaliativo que
contemple as dimensões funcionamento administrativo e pedagógico.
O processo avaliativo será conduzido
por uma equipe composta por representantes dos diversos segmentos, escolhidos
por seus pares, e dirigido pela Coordenação da Graduação em Pedagogia. Essa
equipe terá a responsabilidade de elaborar o instrumento avaliativo,
modificando-o quando se fizer necessário. Também caberá, a ela, aplicar o
instrumento e sistematizar os dados obtidos, analisando-os com vistas à
produção do relatório conclusivo da avaliação.
Esse relatório será socializado com
os sujeitos do curso no período letivo subseqüente à aplicação do instrumento
avaliativo. Durante a socialização do referido relatório, a equipe responsável
pela avaliação terá como objetivos: 1) apresentar os resultados de modo a
problematizar as condições atuais de funcionamento do curso; 2) construir
encaminhamentos voltados à resolução dos problemas detectados; e 3) otimizar a
continuidade e qualidade do processo avaliativo. Após tal socialização, os
resultados da avaliação serão submetidos à apreciação do Colegiado de Pedagogia
e da Assembléia da Unidade Acadêmica de Educação.
O processo avaliativo em questão
poderá, ainda, ser desenvolvido enquanto projeto de pesquisa e extensão,
contando com a participação de discentes que investigarão o seu próprio
processo formativo, enquanto participam dele como alunos e pesquisadores
auxiliares.
10. REFERÊNCIAS
AGUIAR, Márcia Ângela et al. Diretrizes
curriculares do curso de pedagogia no Brasil: disputa de projetos no campo da
formação do profissional da educação. Educação
& Sociedade, v. 27, n. 96, São Paulo: Cortez: Campinas: CEDES, out.
2006. p. 819-842.
SAINT-LAURENT, L. et al. Programme d’intervention auprès des
élèves à risque: une nouvelle option éducative. Montréal, Canadá: Gaetan Morin, 1995.
ZAIDAN,
Samira. Reformas educacionais e formação de professores no Brasil. In:
OLIVEIRA, Dalila Andrade (org.). Reformas educacionais na América Latina e
os trabalhadores docentes. Belo Horizonte: Autêntica, 2003, p. 143-148.
[1] Em
abril de 2002, a partir do desmembramento da UFPB, é criada a Universidade
Federal de Campina Grande – UFCG, da qual o Centro de Humanidades passa a fazer
parte.
[2] Denominações
conferidas, na Lei n°. 5692/71, respectivamente, à etapa obrigatória da
educação nacional – atualmente, Ensino Fundamental – e à última etapa da
educação básica – hoje, Ensino Médio, na modalidade Normal.
[3] Ao
lado do curso de Pedagogia, esse Departamento cria a Licenciatura em Letras e o
curso de Especialização em Educação, voltados à formação de professores para as
séries finais do ensino de 1º grau.
Parabéns alunos e professores. O blog é mais um canal de troca de informações. Excelente texto.
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