Não é novidade a desvalorização e desqualificação da ação docente no Brasil, comparando com outros países, o Professor Brasileiro, é o profissional mais mal pago. Mesmo diante de tal situação, como diz Saviani (2008) o professor é o detentor do trabalho não-material, educa, a fim de auxiliar o processo de desenvolvimento humano, ou seja, produz para o consumo dos educandos. E, embora diante de tal situação, convivemos em um país, no qual valorizar tal ação é desprezada. Afinal, trabalhador bem remunerado, trabalha com mais disposição, e consequentemente na educação, produz mais mentes questionadoras.
Conforme
divulgado no Estadão:
Professor
do ensino fundamental no País é um dos mais mal pagos do mundo
Professores brasileiros em escolas de ensino fundamental
têm um dos piores salários de sua categoria em todo o mundo e recebem uma renda
abaixo do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional. É
o que mostram levantamentos realizados por economistas, por agências da ONU,
Banco Mundial e Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE).
Prestes a comemorar o Dia Internacional do Professor,
amanhã, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou um alerta,
apontando que a profissão em vários países emergentes está sob "forte
ameaça" diante dos salários baixos.
Num estudo realizado pelo banco UBS em 2011, economistas
constataram que um professor do ensino fundamental em São Paulo ganha, em
média, US$ 10,6 mil por ano. O valor é apenas 10% do que ganha um professor
nesta mesma fase na Suíça, onde o salário médio dessa categoria em Zurique
seria de US$ 104,6 mil por ano (mais informações nesta página).
Numa lista de 73 cidades, apenas 17
registraram salários inferiores aos de São Paulo, entre elas Nairobi, Lima,
Mumbai e Cairo. Em praticamente toda a Europa, Estados Unidos e Japão, os
salários são pelo menos cinco vezes superiores ao de um professor do ensino
fundamental em São Paulo.
Guy Ryder, o novo diretor-geral da
OIT, emitiu um comunicado ontem no qual apela para que governos adotem
estratégias para motivar pessoas a se tornarem professores. Sua avaliação é de
que, com salários baixos, a profissão não atrai gente qualificada. O resultado
é a manutenção de sistemas de educação de baixo nível. "Muitos não
consideram dar aulas como uma profissão com atrativos", disse. Para Ryder,
a educação deve ser vista por governos como "um dos pilares do crescimento
econômico".
Outro estudo - liderado pela própria
OIT e pela UNESCO (órgão da ONU para educação, ciência e cultura) e realizado
com base em dados do final da década passada - revelou que professores que
começam a carreira no Brasil têm salários bem abaixo de uma lista de 38 países,
da qual apenas Peru e Indonésia pagam menos. O salário anual médio de um
professor em início de carreira no País chegava a apenas US$ 4,8 mil. Na
Alemanha, esse valor era de US$ 30 mil por ano.
Em um terceiro levantamento, a OCDE
apontou que salários de 2009 no grupo de países ricos tinham uma média de US$
39 mil por ano no caso de professores do ensino fundamental com 15 anos de
experiência. O Brasil foi um dos poucos a não fornecer os dados para o estudo
da OCDE.
Numa comparação com a renda média
nacional, os salários dos professores do ensino fundamental também estão abaixo
da média do País. De acordo com o Banco Mundial, o PIB per capita nacional
chegou em 2011 a US$ 11,6 mil por ano. O valor é US$ 1 mil a mais que a renda
de um professor, segundo os dados do UBS.
Já a OCDE alerta que professores do
ensino fundamental em países desenvolvidos recebem por ano uma renda 17%
superior ao salário médio de seus países, como forma de incentivar a profissão.
Na Coréia do Sul, os salários médios
de professores são 121% superiores à média nacional. O Fórum Econômico Mundial
apontou recentemente a Coréia como uma das economias mais dinâmicas do mundo e
atribuiu a valorização da educação como um dos fatores que transformaram uma
sociedade rural em uma das mais inovadoras no século 21.
Fontes:
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia
Histórico-Crítica: primeiras aproximações. Campinas – SP. Autores Associados,
2008. (Coleção educação Contemporânea)
http://estadao.br.msn.com/ciencia/professor-do-ensino-fundamental-no-pa%C3%ADs-%C3%A9-um-dos-mais-mal-pagos-do-mundo
Postado por:
Micaelle Ribeiro do Nascimento e Pâmella Tamires Avelino de Sousa
Graduandas de Licenciatura em Pedagogia - UFCG
Bolsistas do Programa de Educação Tutorial - PET
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