O desenvolvimento da Internet no Brasil nos anos 1990
Em 1988, Oscar Sala, professor da Universidade de
São Paulo (USP) e conselheiro da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São
Paulo (Fapesp), desenvolveu a idéia de estabelecer contato com instituições de
outros países para compartilhar dados por meio de uma rede de computadores.
Assim, chegou ao Brasil a Bitnet (Because is Time to Network).
A rede conectava a Fapesp ao Fermilab, laboratório
de Física de Altas Energias de Chicago (EUA), por meio de retirada de arquivos
e correio eletrônico. O serviço foi inaugurado oficialmente em 1989. Em 1991, o
acesso ao sistema, já chamado Internet, foi liberado para instituições
educacionais e de pesquisa e a órgãos do governo. Nessa época ocorriam fóruns
de debates, acesso a bases de dados nacionais e internacionais e a
supercomputadores de outros países, além da transferência arquivos e softwares.
No entanto, tudo estava reservado a um seleto grupo de pessoas.
Em 1992, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais
e Econômicas (Ibase) assinou um convênio com a Associação para o Progresso das
Comunicações (APC) liberando o uso da Internet para ONGs. Foi apenas em 1993 que ocorreu a primeira conexão
de 64 kbps à longa distância, estabelecida entre São Paulo e Porto Alegre. Em
1994, estudantes da USP criaram centenas de páginas na Internet.
No dia 31 de maio do ano de 1995, foi um marco. Os
ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia criaram, por portaria, a
figura do provedor de acesso privado à Internet e liberaram a operação
comercial no Brasil. No ano seguinte, muitos provedores começaram a vender
assinaturas de acesso à rede.
Usuários, acessos e domínios
Quando implementada, a velocidade de acesso à
Internet era de 4.800 bits por segundo (bps). Uma conexão discada hoje pode ser
11 vezes mais rápida ou mais. Hoje o internauta pode perder a paciência quando
um site demora 30 segundos para abrir. Mas, há dez anos, era comum uma única
página demorar de 15 a 20 minutos para surgir na tela. As linhas de transmissão
eram limitadas e nem se pensava em conexões via fibra óptica.
Os primeiros sites brasileiros surgidos eram de
notícias. Depois, surgiram os de compras, entretenimento e pesquisa. Assim, a
rede nacional começou a crescer. Para o público médio, e-mail e as salas de
bate-papo (chats) foram dois dos principais carros-chefe para a popularização
da Internet. A forma de comunicação entre as pessoas mudou tanto no ambiente de
trabalho quanto na vida particular.
Em 1999, o número de internautas era superior a 2,5
milhões. Segundo o Ibope, o país contava com 7,68 milhões usuários de Internet
em 2002. Hoje, o país se aproxima dos 30 milhões de indivíduos com acesso
direto à rede e conta com 18,3 milhões de computadores pessoais. O número de internautas
representa 17% da população, ou uma em cada seis pessoas, sendo 53% de homens e
47% de mulheres. O brasileiro navega uma média de 14 horas e meia por mês.
Cinco milhões de pessoas utilizam banda larga e quase 50% deles acessam
serviços bancários on-line, índice acima do constatado em países como Alemanha
(41%), Reino Unido (38%) e EUA (29%).
Fonte:
Postado por:
Jéssica Rodrigues de Queiroz
Graduanda de Licenciatura em Pedagogia (UFCG)
Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET/Pedagogia)
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